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Violoncelista da Amazonas Filarmônica, Timóteo Esteves realiza estreia mundial de composição no 8º Festival de Violoncelos de Ouro Branco

Na noite desta sexta-feira (15/04), o músico violoncelista e compositor Timóteo Esteves, realizou a estreia mundial de sua composição inédita chamada Vindouro, no 8º Festival de Violoncelo de Ouro Branco.

 O 8º Festival marca o retorno da edição de forma presencial, após dois anos de pandemia da Covid19 em que precisou acontecer de forma virtual.
Nesta edição presencial contou com uma programação de concertos, master classes, palestras e o Concurso Nacional de Violoncelos. Entre os professores e participantes, estão nomes internacionais da música erudita como Matias de Oliveira Pinto (que é também Diretor Artístico do Festival), Fábio Presgrave, Kayami Satomi, Eduardo Swerts, Marcio Carneiro, Camila Ribeiro, Abel Moraes, Risa Adachi, entre outros.
O Concerto do Ensemble do Festival de Violoncelos de Ouro Branco, aconteceu na Capela de Santana da Pousada Ecorsini (antiga Fazenda do Pé do Morro). 

A obra inédita intitulada Vindouro, foi composta em três movimentos, para Orquestra de Violoncelos e Percussão: I. Clamore, II. Tempo-Espaço e III. Rumores. Com estilo predominante de maracatu, um ritmo nordestino, a música também imprime referências da região norte, já que o artista, nascido em Recife, mora em Manaus há mais de 20 anos e integra a Orquestra Amazonas Filarmônica há 12 anos.
“Vindouro, além de logicamente significar algo que está vindo, também representa uma apresentação de uma pessoa, de um rei, é uma representatividade. O maracatu apesar de ter uma batida mais forte, tem a ver com coroação de um rei, um rei representante do povo negro que defende os princípios e ideais de seu povo. Mas o nome escolhido, que também significa vindo do ouro, se conecta com o nome da cidade onde acontece o Festival”, contou.
Timóteo recebeu o convite para participar do Festival como compositor e músico convidado, por meio do professor de violoncelo e maestro da orquestra deste Festival, Kayami Satomi. Segundo ele, foi um chamado para estrear a melhor obra para violoncelo que pudesse escrever no ano. O resultado, apresentado na noite de ontem, mostrou uma identificação geral do público, que reagiu surpreendido pelo ritmo e pela coreografia do capoeirista Said Lucas, da Associação e Cultura Afro-brasileira de Ouro Branco (Acafro).
O evento realizado pela Casa de Música de Ouro Branco, acontece desde o dia 09 de abril e se encerra hoje, dia 16, com apresentação especial da Orquestra de Violoncelos, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, localizado no Prédio Rosa da Praça da Liberdade, na capital Belo Horizonte.
Homenagem post mortem à Kubala, músico polonês

Timóteo Esteves também apresentou no Festival, sua composição chamada “A valsa que Kubala não tocou”. Uma homenagem ao violoncelista polonês, Zygmunt Kubala que viveu no Brasil desde 1967 até sua morte em 2007, causada por um aneurisma da aorta. Kubala formou-se pela Academia de Música Fréderic Chopin, de Varsóvia, e pela Escola Superior de Música de Colônia (Alemanha). Foi solista da Orquestra Sinfônica Brasileira e membro da Orquestra de Câmara do Brasil, membro do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, fundador da Orquestra Jazz Sinfônica, professor da USP e da Unesp.
“Recebi uma encomenda mais que decorosa, (a de) homenagear Zygmunt Kubala. O músico foi uma grande referência para os cellistas do Brasil e faleceu durante um concerto numa igreja em Ouro Branco, quando participava de um concerto da série ‘Concertos para Ouro Branco. Ele tocou apenas uma frase musical e caiu… Sou imensamente grato ao Franklin (Bonafé) que vai solar essa obra com o cello que pertenceu ao Kubala, ademais ele nomeou a obra e virou um maravilhoso parceiro musical”, explicou.
A apresentação aconteceu no dia 13 de abril, no Hotel Verdes Mares. Para a organização do Festival, o momento foi de emoção do público. “Um momento emocionante foi quando o público ouviu ‘A valsa que Kubala não tocou’, de T. Esteves, com interpretação de Franklin Bonafé, uma homenagem um dos principais músicos do Brasil”, resumiu a equipe na conta oficial do instagram @festivalcelloob
Breve Histórico de Timóteo Esteves

Timóteo Esteves natural de Recife-PE, compositor, violoncelista e pedagogo formado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em 2007. Iniciou seus estudos em música aos 2 anos de idade (piano) com sua mãe, cantora, arte educadora e maestrina Glaucia Rosa Esteves que sempre percebeu muita criatividade no filho.

Em Manaus o jovem compositor estudou violoncelo aos 14 anos com a mestra Emilia Valova no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro. A arte de compor sempre esteve presente nos instrumentos que estudou. Mesmo quando praticava técnica no violoncelo uma nova música era idealizada, foi então que em 2018 incentivado pela família, estudou com o professor PhD Ralph Manuel, que na competência de especialista em composição direcionou o jovem compositor nos livros de A. Schoenberg.

O prof. Ralph com sua forma de ensino elegante e na habilidade de um mestre com elevado grau de clareza educacional orientou Timóteo a desenvolver uma série de exercícios preliminares que iriam polir suas composições. Em 2020 participou respectivamente da classe de composição e arranjo do Festival Internacional de Música em Casa – FIMUCA nos meses de julho e agosto.

Entre suas realizações esteve entre os compositores selecionados para o Panorama dos Compositores Amazonenses realizado no Teatro Amazonas, com a Abertura “Indígena” interpretada pela Orquestra de Câmara do Amazonas sob regência do maestro Marcelo de Jesus (2015).

Entre suas estreias estão: a fantasia para dueto de violino e violoncelo “Tango na Selva” no festival “Encontro na Selva” no palácio Rio Negro (2019), o dueto de viola e violoncelo em ocasião do evento “Academia de Portas Abertas” na Academia de Letras do Amazonas (2019), a trilha para o espetáculo de balé “Paixões Segundo Camille” da coreógrafa Sumaia Farias interpretado pela Orquestra de Câmara do Amazonas no Teatro Amazonas (2009) e a música “Solo Amazônico” no Cellos in Concert na ocasião da ação beneficente realizada pela Tearte Produções Musicais no Palácio da Justiça (2019).

Em 2021 concorreu com a peça “À Brasiliana”, escrita em surpreendentes 5 dias, no I concurso de composição da Academia Claude Brendel e foi classificado em 2° lugar. Para o 8° Festival de Violoncelos de Ouro Branco o compositor escreveu as músicas “Vindouro” em 3 movimentos para Orquestra de violoncelos e percussão: I Clamore, II Tempo — Espaço e III Rumores. O Trio n° 1 “Efêmera” para dois violoncelos e piano e a “A Valsa Que o Kubala Não Tocou” para violoncelo solo – uma homenagem ao mestre Kubala interpretada pelo solista Franklin Martins.

Desde 2004 atua em Manaus como compositor e em 2009 como violoncelista da Orquestra Amazonas Filarmônica e professor na classe de violoncelos do Liceu de Artes.

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