O prefeito de Manaus, David Almeida, e o titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), Antonio Stroski, realizaram, nesta sexta-feira, 19/4, o lançamento do “Programa de Recuperação de Ecossistemas Urbanos – Viva Mindu”. O programa visa a recuperação de toda a bacia hidrográfica do Mindu, com seus mais de 21 quilômetros de extensão, que atravessa 17 bairros da cidade, com cerca de 800 mil pessoas que vivem próximas de suas águas.
O lançamento do “Viva Mindu” ocorreu no auditório Isabel Victoria de Mattos Pereira do Carmo Ribeiro, na sede da prefeitura. De acordo com o prefeito, o “Viva Mindu” é um programa que contará com suporte de diversas secretarias, órgãos públicos estaduais e também instituições privadas, pois será necessário todo apoio possível de recursos e conhecimentos técnicos para que as ações sejam implementadas nos próximos anos.
“Nós vamos buscar recursos, para que possamos implementar essa mudança. É um projeto com a prefeitura e todas as suas secretarias trabalhando na transversalidade e assim buscamos implementar esse projeto, para daqui a 10, 15 anos estarmos comemorando a despoluição da bacia do Mindu”, enfatizou Almeida.
O prefeito destacou alguns parceiros internacionais que já apoiam projetos ambientais na cidade e também informou que vai apresentar o programa na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada em Belém, para obter suporte financeiro do Fundo Amazônia.
“O Programa Nacional das Nações Unidas (Pnuma) selecionou dois projetos da cidade, que serão também apresentados na COP 30 e eu tenho certeza que são projetos que vão receber aporte de recursos. Inclusive, vamos pleitear recursos do Fundo Amazônia, para que o governo federal possa investir na cidade de Manaus e assim consigamos o sonho da nossa cidade que é a despoluição dos igarapés”, afirmou o prefeito.
O secretário da Semmasclima, Antonio Stroski, explicou que o programa é ousado, é um sonho para ser realizado ao longo de muitos anos, mas que era necessário um pontapé inicial. “Isso não é um projeto para um, dois ou três mandatos consecutivos: é para muito mais que isso, mas queremos começar agora. Nós temos estratégias de curto, médio e longo prazo e vamos precisar de muitos parceiros, mas principalmente do envolvimento e engajamento da população de Manaus”, disse o secretário.
O titular do órgão ambiental também destacou que o programa “Viva Mindu” terá impactos ambientais, sociais, econômicos e climáticos, que os primeiros passos serão para a gestão adequada dos resíduos, combater vazadores de lixo e conscientizar a população que mora às margens e próximo do igarapé, pois o lixo descartado de forma irregular a quarteirões de distância acaba sendo levado pelas chuvas para os igarapés.
“Nós começamos pela gestão adequada dos resíduos. Nós temos o comportamento da população com o acondicionamento correto dos resíduos. A máxima do projeto é o caminho do lixo é o caminho das águas: não é só quem está às margens dos igarapés que tem a responsabilidade, quem está distante dali, mas se fizer errado, as águas da chuva vão se encarregar de levar o lixo aos corpos d’água”, enfatizou.
Suporte
O programa contará com suporte da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O reitor da instituição, André Zogahib, participou do evento de lançamento representando o governo do Estado. Ele destacou que a UEA possui grupos de pesquisas na área ambiental que vão atuar em parceria com a Semmasclima, para a recuperação da bacia hidrográfica do Mindu.
“Eu acredito que com o trabalho da prefeitura e com os nossos esforços dos grupos de pesquisa, nós vamos conseguir transformar a nossa cidade, nesse aspecto ambiental, na conservação dos nossos rios, dos nossos igarapés”, afirmou o reitor.
Todos os órgãos da Prefeitura de Manaus estarão atuando no programa, cada um com seu papel específico, sendo na área social, educacional, planejamento urbano, entre outros, como na área habitacional, para realocar as famílias que futuramente terão residências retiradas das áreas de risco ao longo do Mindu.
A recuperação da bacia hidrográfica do Mindu prevê o ressurgimento de áreas de vegetação; novos parques; proteção de animais, como o sauim de Manaus e de peixes; melhoria da qualidade de vida da população, com redução das ilhas de calor e de doenças causadas pela contaminação dos igarapés.
Foto – Dhyeizo Lemos e Phil Limma / Semcom