A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), realizou nesta sexta-feira, 16/9, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), uma reunião de trabalho com coordenadores e servidores de equipamentos socioassistenciais da capital para debater a implementação do novo instrumental de atendimento ao público, uma ferramenta totalmente digital e automatizada que visa a expansão e dinamização dos serviços prestados à população.
De maneira pioneira no Brasil, o instrumental desenvolvido pelo Acnur, em conjunto com toda a equipe de atendimento socioassistencial, tem o objetivo de promover a ampliação da captação e da armazenagem de dados relativos à assistência social, auxiliando no mapeamento de indicadores sociais e elaboração de políticas públicas mais centralizadas.
Os dados apresentados na reunião foram coletados durante um período de sete dias de atendimento no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Japiim, como parte de uma fase de testes.
“O propósito maior é nortear a gestão quanto aos indicadores de diagnóstico territorial para que haja uma maior orientação quanto à elaboração de orçamentos, planejamentos e outras ações vinculadas às unidades operacionais da assistência social. A experiência do Cras Japiim foi de suma importância, pois nos leva a pensar e a definir novos caminhos a serem tomados naquele território onde essas famílias estão sendo atendidas, por exemplo”, destacou a subsecretária de Políticas Afirmativas Para as Mulheres e Direitos Humanos da Semasc, Graça Prola.
O assistente sênior de Proteção do Acnur, Pedro Castanheira, explicou com detalhes o potencial organizacional que motivou o desenvolvimento da nova ferramenta.
“Por meio das diversas ações conjuntas desenvolvidas entre o Acnur e a Semasc, percebemos o potencial que a gestão de dados dos atendimentos nos Cras e Creas teria para desenvolver. Foi então que iniciamos o trabalho em parceria. Por meio do instrumental, por exemplo, as equipes poderão definir grupos de atendimento prioritário, em quais bairros essas pessoas estão locadas e quais as realidades em que elas estão inseridas. Além disso, o Acnur conseguirá aprimorar sua resposta, conhecendo melhor o perfil dessas pessoas atendidas e o mapeamento mais detalhado do cenário da cidade”, finalizou Pedro.
O teste-piloto realizado no Cras Japiim foi o ápice de dez meses inteiros de reuniões e discussões entre os membros da gestão municipal e a agência internacional realizadas entre 2021 e 2022.
A assistente social do Cras Japiim, Valéria Soares, participou do teste-piloto e detalhou sua experiência com a nova ferramenta.
“Antes não havia um instrumental que perpassasse todos os ângulos e preâmbulos do nosso cotidiano, da realidade dinâmica e multifacetada da assistência social. Caminhei por essa ferramenta durante os últimos meses e a todo momento fui consultada e perguntada acerca dos ajustes a serem realizados e outros detalhes do tipo. Acredito que a tendência seja apenas a melhorar, já que tende a ser um fluxograma que nos trará não apenas o respaldo técnico, mas a realização e elaboração de novas metas até para o nosso Plano Plurianual”, pontuou a assistente social.
Um novo teste-piloto deve ser realizado ainda este ano, compreendendo quatro unidades dos Cras.
Fotos – Marcely Gomes / Semasc