O CASO
A francesa Geneviève Boghici é viúva do marchand Jean Boghici, que morreu no ano de 2015. De acordo com as investigações, a série de explorações contra ela teriam começado em janeiro de 2020, quando a idosa foi abordada por uma suposta cartomante que se apresentou como Diana.
Na ocasião, a mulher teria dito que a filha de Geneviève estava doente e morreria dentro de pouco tempo. Aproveitando-se das crenças da senhora, a mulher a convenceu a investir em tratamentos espirituais para salvar Sabine. Oito pagamentos foram feitos entre 22 de janeiro até 5 de fevereiro, somando R$ 5 milhões.
Durante esse período, Sabine isolou Geneviève de pessoas próximas e demitiu os funcionários domésticos. Desconfiada da filha, a francesa decidiu suspender os pagamentos. A partir de então, Sabine passou a ameaçar a mãe de morte e a agredi-la. Ao longo do isolamento causado pela pandemia da Covid-19, os abusos ficaram mais recorrentes, e Geneviève foi proibida até mesmo de usar o telefone.
Nesse tempo, a filha da francesa recebia visitas de outra suposta vidente envolvida no golpe, Rosa Stanesco Nicolau, também conhecida como Mãe Valéria de Oxossi. Por diversas vezes, Sabine ameaçava a mãe com facas, e Rosa mandava matá-la caso não fossem realizadas transferências bancárias. Ao todo, foram realizadas 39 pagamentos à quadrilha liderada por Sabine, além dos bens que foram levados da casa da francesa, sob a alegação de que eles estavam amaldiçoados e precisavam ser benzidos.
Entre as peças furtadas estavam 16 obras de arte milionárias, de autoria de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Antônio Dias, Michel Macreau, entre outros artistas. Até o momento, a polícia recuperou R$ 303,5 milhões dos R$ 725 milhões roubados.
A Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade está responsável pelo caso. Seis mandados de prisão e 16 de apreensão foram expedidos. Sabine, Rosa e outros envolvidos, Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger e Jacqueline Stanescos, foram presos nesta quarta-feira (10).
Com informações via Pleno News