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‘Nova droga’: pelo menos 2 a cada 10 jovens já são viciados em cigarro eletrônico no Brasil

Um novo relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) apontou que 35 países da América estão protegidos do tabagismo por meio de leis de controle de tabaco. Apesar do quadro positivo para o mês em que é celebrado o “combate ao fumo”, a avaliação chama atenção para a disseminação de novos dispositivos, em especial o cigarro eletrônico.








No documento, a OPAS afirma que “o crescente consumo de produtos novos e emergentes do tabaco, especialmente entre as pessoas jovens, é um novo desafio para a saúde pública”. A organização cita como principal exemplo os cigarros eletrônicos, que segundo relatório, são os Estados Unidos o país que possui maior consumo, 19,6% entre os jovens. No Brasil, a estimativa é de que 20% dos que têm entre 18 e 25 anos mantenham o hábito, de acordo com a Universidade Federal de Pelotas e a Organização Global de Saúde Pública, mesmo com a comercialização proibida em território nacional.

Inicialmente, os dispositivos eletrônicos foram vendidos como forma de reduzir o uso de cigarros tradicionais, com a justificativa de que não fariam mal à saúde. Mas o que se percebeu foi o contrário, um estudo publicado na revista Pediatrics mostrou que mais de 1 milhão de adolescentes de 14 a 17 anos passaram a consumir algum tipo de tabaco diariamente nos Estados Unidos, entre 2017 e 2019.

Segundo Ricardo Meirelles, pneumologista do Américas Oncologia, no Rio de Janeiro, eles aumentam de duas a três vezes o risco de experimentar um cigarro convencional.

“O que está claro hoje é que o cigarro eletrônico não é um produto que reduz riscos de doença ou evita o tabagismo”, comenta Meirelles.

Os efeitos do cigarro eletrônico já são notáveis após os primeiros dias de uso através da redução da qualidade respiratória. De médio a longo prazo, o que era apenas um desconforto pode se tornar um problema de saúde grave.

Mais do que o vício, a nicotina aumenta os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, hipertensão e insuficiência cardíaca. A substância é vista por especialistas como um dos maiores fatores de risco para esse tipo de enfermidade.

Além de risco de doenças comuns ao cigarro tradicional, como o câncer no pulmão, os eletrônicos já possuem uma doença pulmonar própria. Conhecida como Evali , levou em 2019, cerca de dois mil norte-americanos ao CTI, após começarem a ter sintomas como dispneia e falta de ar. Todos os pacientes tinham utilizado cigarros eletrônicos.

“O vapor do cigarro eletrônico tem nicotina e tem a possibilidade de você colocar THC, o que leva a uma inflamação pulmonar. É um risco que a gente tem que chamar a atenção dos usuários para que eles possam realmente se proteger, ou seja, não usar o dispositivo, porque tem o risco de doenças respiratórias agudas e ir parar no CTI”, alerta o médico.

Se no início a semelhança era com o cigarro convencional, hoje já existem diferentes modelos. Um deles em forma de pen drive, segundo o especialista, é ainda mais danoso para a saúde. Com uma concentração 13 vezes maior de nicotina, aumenta o risco de dependência e também de desenvolvimento de doenças.

*Com informações do IG*.

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