Durante visitas às unidades da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), nesta quarta-feira (9) e quinta-feira (10), os candidatos da Chapa 19 foram questionados sobre a insegurança em relação à manutenção da instituição por professores e técnicos da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) e de servidores lotados na Reitoria.
Foto: Divulgação / BLITZ AMAZÔNICO
O temor dos funcionários públicos decorre de fatores adversos como as oscilações da economia que afetam diretamente a fonte de recursos da UEA. O orçamento da instituição provém de parte do faturamento das empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), cerca de 1%. Quando a arrecadação diminui, automaticamente o repasse para a UEA cai.
“Com esta última ameaça à continuidade do diferencial da Zona Franca de Manaus a partir da redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ficamos temerosos de não ter mais superávit nem sobras para a universidade. Não podemos viver assim”, declarou a professora adjunta Isabela Gonçalves.
O candidato a reitor pela Chapa 19, prof. Dr. André Zogahib, ao ouvir o desabafo, foi enfático e ponderado quanto aos recursos. “Temos de procurar novas formas de captação de receita. Isso depende de articulação junto às autoridades locais a fim de captar verba por meio de cadeias produtivas como a mineração, parcelas do FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas) e do FMPES (Fundo de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Estado do Amazonas). As prefeituras também podem auxiliar a UEA com percentuais sobre o ISS (Imposto Sobre Serviços), mas isso precisa ser construído e dialogado, o que estamos dispostos a fazer desde o primeiro dia à frente da administração da universidade”, declarou André Zogahib.
O comprometimento da estrutura assim como a redução do quadro funcional foram pontos abordados pelos servidores aos questionarem o projeto de reestruturação da UEA a fim de atender aos anseios tanto do público interno quanto do externo. “Temos salas abandonadas, computadores que não funcionam. Obtivemos 5, a nota máxima do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), mas como manter se nem professores suficientes nós temos no curso de Enfermagem”, perguntou a professora Maria Prata.
A candidata à vice-reitora, prof.ª drª Kátia Couceiro, que vive o mesmo drama, porém com nota inferior no curso de Medicina, enfatizou que o planejamento embasado nas urgências permitirá o pleno funcionamento das unidades e com boas condições de trabalho.
“No curso em que sou professora, o de Medicina, a nota do Enade foi 1. Se continuarmos dessa forma, o curso pode até ser fechado. Mas isso não é apenas o resultado das notas baixas dos alunos. Advém de problemas de infraestrutura, laboratórios sem equipamentos ou com equipamentos que não atendem as demandas. Temos de garantir os direitos dos professores e técnicos, sem comprometer o ensino. Hoje, quando alguém tira férias ou entra de licença, não há substituto”, relatou. Kátia Couceiro declarou ainda que a comunidade será ouvida para definir as prioridades. “Podemos mudar este panorama lamentável, construindo um plano de ação por etapas. O que for urgente será executado primeiro e as demais fases na sequência”, explicou.