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Médicos da Prefeitura de Manaus participam de curso sobre Abordagem da Hanseníase na Atenção Primária

Com o objetivo de reforçar a capacitação de médicos, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou nesta terça-feira, 13/9, no auditório do Distrito de Saúde (Disa) Sul, localizado no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul, a primeira etapa do curso “Abordagem da Hanseníase na Atenção Primária à Saúde (APS)”.


A programação, que encerra nesta quinta-feira, dia 15, é direcionada para médicos que atuam em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) na zona Sul de Manaus, vinculadas ao Programa Saúde na Escola (PSE).
Segundo a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Ingrid Santos, o curso envolve a abordagem das ações de rotina no controle da doença, manejo clínico e alinhamento do processo de trabalho do projeto Autoexame de Pele Virtual, lançado no mês de julho, para o rastreamento de casos de hanseníase e outras dermatoses entre estudantes de 257 escolas públicas.

“O curso deve reunir entre 40 e 45 médicos, que são profissionais experientes e capacitados, mas a hanseníase é um agravo que necessita sempre de um detalhamento maior. Então, é uma oportunidade de rever orientações técnicas e esclarecer dúvidas para qualificar melhor a abordagem e a busca ativa de casos suspeitos. Sempre que fazemos uma atualização com os profissionais, percebemos que conseguimos detectar novos casos. O objetivo da Semsa é realmente esse, fortalecer a rede de saúde para captar novos casos de hanseníase de forma precoce. Sem um diagnóstico, o paciente não recebe tratamento, continua transmitindo a doença e vai sofrer com as sequelas que são irreversíveis”, alerta Ingrid.

O curso tem carga horária de oito horas, com duas turmas, e vai abordar temas como: o Conceito da Hanseníase; Sinais e Sintomas; Esquema Terapêutico de Tratamento; Fluxos de Atendimento; e Exames Laboratoriais.
Em relação ao projeto Autoexame de Pele Virtual, que consiste no rastreamento de casos suspeitos por meio de questionário online que pode ser respondido por pais ou responsáveis do estudante, a enfermeira informa que até o momento 19.150 formulários foram respondidos e, desse total, 18.060 autorizaram a realização do exame de pele.

Após avaliação dos questionários pelos profissionais de saúde, 911 dos formulários apresentaram indicação para realização do exame de pele e 513 estudantes já foram examinados, sendo que não houve detecção de casos novos de hanseníase, mas foi feito o agendamento de 81 consultas médicas para tratamento de outras dermatoses.
“O curso que iniciamos hoje com os médicos é também uma forma de potencializar a busca ativa de casos suspeitos no ambiente escolar. Mesmo porque, quando se trata de crianças e adolescentes é necessário um cuidado diferenciado para o diagnóstico. Muitas crianças não sabem ainda diferenciar os sintomas e por isso a melhor qualificação do profissional médico é essencial nessa abordagem, em um processo que é de educação permanente”, destacou Ingrid.

A diretora do Disa Sul, enfermeira Rejane Santos Miranda Oliveira, reforçou que o curso é mais um movimento de atualização do processo de trabalho no controle da hanseníase, buscando aumentar a detecção de casos da doença na Atenção Primária.

“Já é feito um trabalho nas escolas, dentro do PSE, com atividades junto aos pais, professores, diretores e alunos para potencializar a detecção de casos da doença a partir do exame de pele. E é bom lembrar que não é só o médico dermatologista que faz esse trabalho, o clínico geral nas Unidades Básicas de Saúde também pode atuar na detecção precoce da doença”, afirmou a diretora.

A gerente de Vigilância em Saúde do Disa Sul, Ieda Rocha, enfatizou que os enfermeiros já participaram de capacitação na abordagem da hanseníase e que, nesta quarta-feira, dia 14, haverá um novo treinamento com esses profissionais sobre a inserção de dados no sistema de informação.
“É importante sempre alinhar o trabalho que já é feito nas Unidades de Saúde. A hanseníase é uma doença que tem cura, mas que deixa sequelas se não for diagnosticada precocemente, o que torna essencial manter os profissionais de saúde em alerta para a identificação de casos suspeitos e sobre o fluxo atualizado de atendimento na rede de saúde”, ressaltou Ieda.

Casos

Este ano, houve a notificação de 78 novos casos de hanseníase em Manaus, sendo oito casos em menores de 15 anos. No ano de 2021, o município registrou 103 novos casos, incluindo sete casos em menores de 15 anos.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa doente, sem tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros, transmitindo para pessoas sadias que convivem próximo e por tempo prolongado no mesmo ambiente.

Na fase inicial da doença, a hanseníase é caracterizada por lesões na pele e nervos que causam diminuição ou ausência de sensibilidade. Em estágios mais avançados pode ocorrer, entre outros sintomas, formigamentos, câimbras, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, com diminuição ou perda de força muscular, inclusive nas pálpebras.

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