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Grupo Arte Sem Fronteiras reforça a importância da questão decolonial através da dança no Festival Folclórico de Parintins 2024

A Instituição Cultural e Educacional Arte Sem Fronteiras, que integrou o núcleo coreográfico no tricampeonato do boi-bumbá Caprichoso no Festival Folclórico de Parintins 2024, levantou a questão da decolonialidade por meio da dança. A companhia atuou nas três noites do festival reforçando, através da arte, a importância do pensamento decolonial, que é o conjunto de práticas e movimentos que visam dar visibilidade aos povos, classes e movimentos sociais que foram silenciados pela colonização durante o processo histórico.

Para o coreógrafo e fundador do Arte Sem Fronteiras, Wilson Júnior, as danças populares do Norte carregam traços dos povos originários e que o movimento decolonial é fundamental para desfazer padrões impostos pelos efeitos da colonização e resgatar a história dos povos oprimidos.

“As nossas danças refletem o que nós somos através de figurinos, gestos, traços e precisamos fortalecer esse movimento decolonial, não trazendo coisas de fora para acrescentar aqui. E trazer isso para o festival é muito importante porque o nosso intuito é mostrar e conscientizar ainda mais sobre a potencialidade das danças populares do Norte do Brasil e quanto elas agregam de maneira formativa ao nosso povo”, explicou Wilson.

O coreógrafo destacou também a Associação Folclórica Boi Bumbá Caprichoso, campeã do festival desse ano, que também levanta a bandeira do movimento decolonial e da visibilidade às minorias.

“O Boi Caprichoso sempre contribuiu nesse sentido, o Conselho de Artes é cheio de cabeças brilhantes e pensantes que estudam essas questões das minorias à fundo e trabalham isso dentro das cenas em cada noite. Então, esse trabalho simultâneo faz toda a diferença no fortalecimento da nossa história”, pontuou.

Fundador do Arte Sem Fronteiras há 16 anos, Wilson também reforçou que o papel do instituto nasceu com o propósito de resgatar e preservar a história, além do fator social de dar oportunidades às pessoas desguarnecidas.

“O Arte Sem Fronteiras já nasceu com essa ideia do pensamento decolonial, de trabalhar as minorias com intuito de incluir e fortalecer esse movimento, além de processo de acolher e formar crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade por meio da dança. É um trabalho já consolidado, mas que estamos sempre buscando crescer e transformar ainda mais a vida das pessoas”, finalizou.

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