A Organização Mundial Meteorológica (OMM) divulgou nesta quarta-feira (18) uma nova edição do relatório “Estado do Clima”, que confirma que os últimos sete anos tem sido os mais quentes já registrados no planeta.
Em análise do documento, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o “sistema energético global está quebrado” e, com isso, que estamos “cada vez mais próximos de uma catástrofe climática”.
Além disso, Guterres disse que o “Estado do Clima” mostra a “triste repetição do fracasso humano em combater os problemas climáticos” com “recordes alarmantes” atingidos em 2021 em várias frentes: aumento do nível do mar, aquecimento dos oceanos, concentração de gases de efeito estufa e acidificação dos oceanos.
O secretário-geral aponta que os combustíveis fósseis são um caminho sem saída e ressalta, ainda, que a guerra na Ucrânia e seus efeitos sobre o preço da energia é um outro aviso para que o mundo “acorde” para as mudanças climáticas.
Dados sobre oceanos
Em um dos pontos de destaque apresentados pela OMM, os cientistas relatam que os oceanos do planeta inteiro chegaram em 2021 ao maior nível de temperatura e acidez já registrados na história da humanidade.
O documento também reafirma – como já dito em outros relatórios climáticos – que há um aumento do nível do mar por conta do derretimento contínuo de camadas de gelo.
“Nosso clima está mudando diante de nossos olhos. O calor retido pelos gases de efeito estufa induzidos pela humanidade aquecerá o planeta por muitas gerações”, declarou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
Mais carbono na atmosfera
A organização identificou que os níveis de dióxido de carbono e metano na atmosfera ultrapassaram em 2021 o recorde anterior.
Na média, apontou o relatório, a temperatura mundial em 2021 foi 1.11ºC mais alta que na era pré-industrial, que líderes e organizações mundiais usam como referência. Pelos principais estudos atuais, caso o mundo alcance a média de 1.5ºC acima da era pré-industrial, os efeitos do aquecimento global se tornam drásticos e eminentes.
A temperatura registrada em 2021 tenha sido ligeiramente mais baixa que a de 2020, o que o estudo relaciona com o esfriamento do Pacífico causado pelo fenômeno La Niña. Ainda assim, o ano passado entrou na lista dos sete anos mais quentes já registrados pela humanidade.
As mudanças já são visíveis em todos os continentes, e o relatório cita como exemplo ondas de calor extremas, incêndios florestais e enchentes registradas ao longo do ano passado.
E as consequências também já chegaram aos cofres públicos, que tiveram prejuízo de ao menos US$ 100 bilhões (cerca de R$ 494 bilhões) por conta de episódios causados pela mudança climática apenas em 2021.
Maior acidez em 26 mil anos
O aumento da temperatura fez com que os oceanos alcançassem a maior acidez dos últimos 26 mil anos do planeta, apontou o estudo. O aumento ocorre por conta da reação produzida pelo mar por conta da maior presença de dióxido de carbono na atmosfera.
Como consequência do aumento das temperaturas, o nível do mar aumentou 4,5 centímetros em 2021, concluiu a OMM.
Com informações do G1.