Blitz Amazônico
CidadaniaCidadaniaPolítica

Eduardo Girão pede mais debate sobre projeto que altera Estatuto de Desarmamento

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou, em pronunciamento nesta terça-feira (22), que o Senado tem outras questões mais importantes para discutir nesse momento de inflação, desemprego e fome do que o PL 3723/2019, que altera o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) e regula as atividades de colecionador, atirador esportivo e caçador (CAC).

O projeto está na pauta dessa quarta-feira (23) da Comissão de Constituição e Justiça. Na opinião do senador, o texto representa um retrocesso no controle de armas de fogo no país, porque facilita o porte e coloca em risco a vida das pessoas. Por isso, merece um debate mais aprofundado, que não pode ser feito num sistema semipresencial.

— Eu respeito que o cidadão de bem tenha arma em casa ou no seu comércio. Agora, sou totalmente contra, com base na ciência, em estatísticas sociais, o porte de arma de fogo, ou seja, que as pessoas posam circular nas ruas com arma. E não precisa a gente ir muito longe. Num momento de tensão que a gente vive, uma briga de trânsito, uma discussão num restaurante, num bar, movida muitas vezes pelo álcool. Uma briga entre marido e mulher. Hoje, nós tivemos uma tragédia de um cac que matou a mulher e cometeu suicídio, lamentou.

Segundo Eduardo Girão, o número de pessoas registradas como caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas saltou de 200 mil para 600 mil, apenas no atual governo.
— Ou seja, é um porte velado por tabela que está sendo colocado na sociedade. É claro que a maioria dos CAC são pessoa idôneas, mas, a cada dia, a gente vê na imprensa casos de armas legalmente compradas, desviadas para o crime. Ontem eu conversei com um grupo de atiradores. 90% desses novos CAC não são atiradores, não participam de campeonatos nacionais ou internacionais. 90% são apenas de direito, mas não de fato atiradores. Querem o porte — disse.

Vice-líder do governo no Senado, o senador Carlos Viana (MDB-MG) ponderou que o projeto não libera, nem facilita o porte. Segundo ele, apenas regulamenta a atividade dos CAC, garantindo segurança jurídica dos atuais atiradores, uma vez que um ação em análise no Supremo Tribunal Federal questiona a legalidade de eles portarem armas de alguns calibres.
— Mas também nós não podemos proibir e jogar na ilegalidade milhares de brasileiros que têm armas em casa legalizadas, que praticam isso, toda a regra, fazem os cursos, têm as licenças e que receberam o direito de usar os novos calibres, disse.
Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) manifestou preocupação com as consequências que o acesso farto a armas de fogo podem gerar no país.
— Então o que defendo, e acho importante aprofundarmos, é que se garanta o direito daqueles que adquiriram as armas, que não tenham prejuízo financeiro, não é justo que isso aconteça, mas que se fortaleça os mecanismo de fiscalização e controle. Hoje, nós não temos sequer a integração de dados entre a Polícia Federal e o Exército Brasileiro, lembrou.
Fonte: Agência Senado

Post Relacionado

Senado vota PL que proíbe guarda de criança a pais investigados por violência familiar

Redator

Mel de abelha além de combater gripes também reduz pressão arterial

Jessika Caldas

Prefeitura de Manaus centraliza oferta de BCG em quatro unidades de saúde da rede municipal

Patrick