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Depois de dez anos, Marciele Albuquerque reencontra prima Cacica que lidera povo Munduruku no Amazonas

A Cacica Neuriane Nhá Wera Munduruku é prima da cunhã-poranga do Boi Caprichoso, Marciele Albuquerque. Há mais de dez anos as famílias tentam se reencontrar, mas a geografia não contribuia. A família de Marciele mora em Juruti (PA) enquanto que a cacica lidera a comunidade “Dos Povos Unidos” com cerca de 800 indígenas às margens do Rio Tarumã Açú, em Manaus (AM).

Na semana de luta e resistência dos povos indígenas, as famílias finalmente conseguiram se reunir e Marciele Albuquerque pôde reafirmar suas origens com Nhá Wera, que significa a força da floresta, a força da terra e a força das águas. “Eu comando o povo Munduruku no Amazonas que tem origem no rio Tapajós e abrangeu Juruti Pará e de lá veio para o Rio Madeira e para Manaus”, disse a liderança.

Ao falar de Marciele Albuquerque, ela destacou que se sente muito orgulhosa de tê-la como sua parente e representante do seu povo no Festival de Parintins e no Boi Caprichoso. “Eu me sinto muito orgulhosa de ter uma parente e prima que se torna a madrinha do nosso povo Munduruku para fazer com que os povos indígenas, os verdadeiros donos dessa terra, não sejam esquecidos”, disse.

A cunhã Marciele Albuquerque é orgulhosa de sua raiz e do sangue que corre em suas veias. “Reencontrar a Neuriane aqui é uma honra, pois ela é minha inspiração, minha mãe também tá muito feliz por esse momento. E é uma honra pra mim saber que eu estou seguindo os passos dela, e ela é minha inspiração e vamos fazer trabalhos juntos, pegar a minha força como item, como mulher e engajar a visibilidade da luta da causa indígena, dos povos indígenas e pelos direitos dos povos originários. O Brasil é indígena e vamos lutar sempre não apenas dentro da arena, mas fora dela também”, afirmou.

Marciele ressaltou sua felicidade de ter suas raizes firmadas no povo Munduruku. Ela sofreu ataques de torcedores do boi contrário que tentam desconstruir sua luta em prol ao seu povo, mas ela prefere continuar sua luta ao dar visibilidade para os ataques que sofreu. Marciele é reconhecida Munduruku da comunidade Curuncuri de Juruti Pará.

Foto: Alexandre Vieira

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