Ele afirma que hoje o cenário é “muito diferente” de 2018, citando a fragilidade econômica provocada pelos “mais de dois anos de pandemia”.
“Fazer uma grande paralisação nesse momento pode atrapalhar recuperação econômica do Brasil, que ainda é muito tímida. Os caminheiros brasileiros apoiam o bem-estar da sociedade”, diz.
Landim diz que compreende a angústia dos caminhoneiros ao sentir os impactos da inflação e dos sucessivos aumentos do diesel, mas pede “sensibilidade e responsabilidade” para entender o impacto que uma greve causaria nos mais vulneráveis.
“Os caminheiros autônomos são importantes para o equilíbrio do sistema de transporte de cargas do país e, por isso, temos o importantíssimo papel de manter o povo brasileiro devidamente abastecido. Isso aumenta muito nossa responsabilidade social, fato que requer ações inteligentes para não prejudicarmos os mais vulneráveis e a classe média que são os que mais sofrem com os impactos da alta dos combustíveis e os que mais sofrerão com o desabastecimento dos supermercados e comércio de maneira geral. O desabastecimento é, sem sombra de dúvidas, um fator que pode elevar ainda mais a inflação e todo esse caos econômico que estamos vivendo”, afirma.
Landim também criticou o que chamou de “política predatória de aumento de preço do diesel” e o crescimento dos lucros e dividendos dos acionistas da Petrobras “as custas do sofrimento da nossa categoria e de cada cidadão desse país”.
O preço do óleo diesel acumula alta de 52,53% nos últimos 12 meses com o último reajuste no valor do combustível, anunciado pela Petrobras na segunda-feira (9). Desde então, o valor médio do litro nas refinarias passou de R$ 4,51 para R$ 4,91.
O líder dos caminhoneiros autônomos pediu atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para extinguir os sucessivos aumentos de preço dos combustíveis, além de fiscalizar e punir os “cartéis” existentes no setor.
“Aqui, cabe uma crítica especial à ANP que, como Agência Reguladora, está sendo omissa com a sociedade, vez que a função precípua de um órgão regulador é proteger o cidadão de externalidades negativas e condutas oportunistas e criminosas. O que a ANP tem feito? A resposta é: absolutamente nada! Parece que o setor está sendo regulado pela Petrobras, uma empresa que visa lucros e distribuição de dividendos cada vez maiores aos seus acionistas”, pontuou Landim.