Ampliar a oferta de habitação adequada e acessível a várias faixas econômicas é um dos desafios para arquitetos e urbanistas da Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), como os em desenvolvimento para o programa “Nosso Centro”.
A estimativa é de que 150 mil novos moradores possam residir no bairro de forma confortável, a partir de investimentos públicos e privados, incentivos e ocupações a médio e longo prazos.
Soluções originais que desafiam tipologias e métodos tradicionais estão em pauta na autarquia para potencializar diversidade de usos e de ocupação no Centro Histórico de Manaus.
Entre um grupo de imóveis abandonados na região, a prefeitura identificou lotes que podem abrigar conjuntos e complexos de habitação de interesse social e o poder público trabalha no processo de desapropriação enquanto finaliza o desenho arquitetônico e urbanístico.
“Não se pode ter um território que tenha apenas um uso predominante, como só de serviço ou só de comércio, porque isso acaba tornando o espaço funcional em um período, o comercial. Hoje se tem uma clara visão de esvaziamento do Centro e, por consequência, de menor segurança, a partir do fechamento das lojas às 17h. Há dez anos, o comércio funcionava depois das 18h”, explicou o diretor de Planejamento do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.
Para levar maior movimento, ocupação e diversidade de usos ao território central, a prefeitura tem desenvolvido projetos com várias tipologias, desde prédios com cinco pavimentos e fachadas ativas até as populares vilas, tão encontradas ainda no centro da capital.
“As fachadas ativas vão permitir que o térreo tenha atividades comercial e de serviço e uma relação muito mais amigável com a calçada, já que, no bairro, o afastamento frontal é nulo. A oferta de habitação no Centro vai promover qualidade de vida à medida que irá reduzir deslocamentos de quem trabalha no bairro, mas hoje, por exemplo, mora na zona Leste e passa duas, três ou mais horas dentro do transporte público para ir e voltar”, destacou.
Outro formato para investimento em habitação é a reconversão de prédios antigos e até hotéis abandonados que podem se transformar em unidades habitacionais, fora os vazios urbanos existentes e já identificados durante estudos e pesquisas do Implurb.
“A ideia de se promover a habitação de volta ao território é de estimular e incentivar a ocupação, consolidar a moradia, inclusive com investimentos da iniciativa privada, ampliando as ofertas em várias faixas sociais e de renda. Para todos os tipos de família”, mencionou o diretor.
Conforme cálculos de ocupação, o bairro Centro pode comportar 150 mil novos moradores, de maneira confortável, que estarão usufruindo de uma área com uma das melhores infraestruturas da capital. Será a diversidade de uso e de público que tornará o local mais interessante de se viver, trabalhar e habitar.
O modelo projetado pelo Implurb tem foco na habitação social e prevê a ocupação, no imóvel identificado, de até 180 unidades habitacionais, entre 35 metros quadrados e 42 metros quadrados, com fachadas verdes, paisagismo e áreas comuns integradas. A proposta é que seja lançado um chamamento público ou licitação, para que o construtor/vencedor execute a obra e financie o imóvel junto a uma instituição bancária, como a Caixa Econômica Federal, podendo oferecer imóveis dentro do programa “Casa Verde e Amarela”, com preços reduzidos.
A Prefeitura de Manaus entraria com a contrapartida da cessão do imóvel, após a desapropriação.
Metas
Uma das metas da gestão é construir, com recursos próprios e uso de emendas parlamentares, incluindo ainda financiamento junto à Caixa Econômica Federal, dentro do programa “Casa Verde e Amarela”, mil unidades habitacionais.
Nos projetos urbanos desenvolvidos pela autarquia também estão sendo inseridas obras de habitação de interesse social, especialmente dentro dos programas urbanísticos em desenvolvimento, como “Nosso Centro” e parque Gigantes da Floresta. No “Nosso Centro”, há previsão de serem implantados dois conjuntos residenciais, de pequeno e médio portes.
“Qualquer projeto de reabilitação de centro histórico tem que ter a presença de pessoas, de moradores, para induzir o movimento, para ser sustentável. Os projetos estarão dentro das especificações do ‘Casa Verde e Amarela’”, disse o diretor-presidente Carlos Valente.
Os conjuntos também têm previsão de unidades para Pessoas com Deficiência (PcDs) e Portadores de Mobilidade Reduzida (PMR).
Dentro do complexo do parque Gigantes da Floresta há a estimativa de construir, no entorno, conjuntos somando 180 unidades de habitação, para dar melhor qualidade de vida e condições de moradia à população.