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Censura e intimidação contra a imprensa no Amazonas: um grave retrocesso democrático

Edivan Farias – Jornalista / Repórter Fotográfico, Empresário e atualmente cursando Pós em Docência Superior

O episódio recente envolvendo jornalistas que cobriam ocorrências na área externa do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, levanta uma séria preocupação: a escalada de intimidação e restrição à liberdade de imprensa no Amazonas.

Relatos de profissionais impedidos de gravar em via pública e, ainda mais grave, coagidos e até empurrados por seguranças da unidade, escancaram uma postura autoritária que fere diretamente princípios constitucionais e democráticos. A rua, espaço público por natureza, não pode ser transformada em território de censura.

A Constituição Federal assegura o direito à informação e garante que a imprensa atue livremente como fiscal do poder público e porta-voz da sociedade. Quando jornalistas são silenciados à força, não é apenas a categoria que sofre; é o cidadão comum que perde o direito de saber o que acontece dentro e fora de uma das maiores unidades de saúde da região.

Vale lembrar que o mesmo governo que hoje tenta bloquear informações e silenciar a imprensa é aquele que, em plena pandemia, deixou faltar oxigênio nos hospitais do Amazonas — uma tragédia que ceifou milhares de vidas na capital e no interior do estado. A tentativa de censura atual apenas repete a lógica da omissão e da falta de transparência que tanto custou à população amazonense.

O silêncio imposto aos repórteres reflete uma tentativa de esconder realidades incômodas, como superlotação, falta de atendimento e problemas estruturais que há décadas fazem parte da rotina do 28 de Agosto. A transparência deveria ser a regra, não a exceção.

Mais preocupante ainda é a naturalização desses atos. Se nada é feito, abre-se precedente para que novos abusos ocorram em outras áreas: escolas, órgãos públicos, repartições e até nas ruas. O que está em jogo não é apenas o trabalho da imprensa, mas a saúde da democracia.

O Amazonas precisa decidir de que lado está: do lado da transparência, da liberdade e da garantia de direitos, ou do lado da censura e da violência contra quem ousa mostrar a verdade. A imprensa livre não é inimiga do Estado. Ela é, antes de tudo, aliada da sociedade.

Enquanto jornalistas forem tratados como intrusos em locais públicos, a democracia continuará sendo empurrada para dentro das sombras da censura.

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