Arthur Virgílio Neto
Fiquei surpreso com o Ministério Público Estadual anunciar “investigação” sobre supostas irregularidades na contratação da empresa Best Car, que mantém, isto sim, íntimas relações com o sr. Omar Aziz.
O proprietário e Aziz, que certa vez me pediu para pagar ao seu “amigo”, uma quantia substancial que lhe seria devida, são parceiros de jogatina. Revirei mundos e fundos e encontrei um saldo insignificante que logo mandei quitar e expliquei a Aziz que os papelotes que me foram apresentados não passavam de uma tentativa de fraudar o tesouro municipal. Soube, aliás, que essa “empresa”, que não consegue distinguir brita de asfalto, faria parte desse “consórcio-farsa” que estão encenando na AM-010.
Isso é muito danoso à reputação do Ministério Público Estadual. A fonte não possui credibilidade nenhuma e a verdade é que praticamente expulsei da prefeitura esse grupo acostumado a lucrar sem trabalhar.
Vejam só, leitoras e leitores! Parece que a principal “missão” do Gaeco, que já respeitei muito, agora é perseguir a mim e a minha família. Lamentável! Não é assim que age, por exemplo, o Ministério Público Federal, que não se submete a governador corrupto e nem a senador negocista.
Indago: por que o Gaeco não investiga a sério as denúncias, essas sim fundamentadas, que diariamente apontam corrupção no governo Wilson Lima? Por que não apura para valer as mazelas detectadas na “Operação Maus Caminhos” e as pesadas acusações do MPF e da Polícia Federal ao sr. Omar Aziz e a pessoas próximas dele? Será que não percebem o mal que fazem a uma instituição que não pode virar puxadinho de governo e pessoas corruptas e politiqueiras?
Indago: por que o Gaeco não investiga a sério os assassinatos por asfixia, cometidos por um governo jamais cristão, que se “esqueceu” de prover a saúde estadual de oxigênio? Por que, aliás, o Gaeco não leva ao esclarecimento e à punição de Aziz pelo episódio triste da “Cidade Universitária” e pelo sumiço de R$ 300 milhões, em valores de dez anos atrás? Quanto valeria essa fortuna em valores de hoje?
Foi um sonho que encantou os jovens do interior, muitos dos quais, hoje, frustrados e decepcionados com a atividade nobre da boa política, achando que a vida pública é 100% composta de espertalhões e larápios. Como se explica terem tirado a elucidação dos crimes da “Maus Caminhos” das mãos do MPF e da PF?
Querem a prescrição de crimes odientos por decurso de prazo? Pior é que o Gaeco não diz nada, não faz nada, não resolve nada. A não ser que se trate de pessoas, ainda que sérias, que se oponham – é o meu caso – a esse descalabro que tomou conta do Amazonas.
Lembro-me do apelo que me fez o MPE-AM quando era senador, para que arregimentasse forças no Congresso e derrubasse as propostas que pretendiam cassar-lhes as prerrogativas. E fiz isso, com denodo e fé, acreditando estar prestando um bom serviço aos injustiçados deste Estado e deste país.
Não quero crer que tantos promotores e procuradores honrados permitam fazer do MPE-AM cúmplice da barbárie, usando o Gaeco para encobrir delitos do grupo ainda dominante e para perseguir quem não se conforma com tanta iniquidade.
É uma gente de baixa extração, que usa o nome do ministro Mauro Campbell, que nem deve saber disso, como se ele fosse um guarda-costas da organização criminosa. Como se ele tutelasse a Justiça e o Ministério Público Estadual, como se fosse a face oculta dessa fábrica de delitos. Repito, sinceramente: não acredito e nem quero acreditar nisso.
Seria pesado demais para mim, porque fui seu Relator da sabatina no Senado, quando ele pleiteava ingresso no Superior Tribunal de Justiça. Como se ele não fosse a pessoa proba que sempre mereceu meu respeito.
Chegou a hora da verdade! Nem o toureiro e nem o touro podem fugir. Até breve. Até mais do que breve.