Em 2011, a empresa Adidas demonstrou interesse em abrir sua primeira fábrica fora da Alemanha, e Manaus estava no centro dessa proposta. O estado tinha a chance de liderar um polo calçadista, atraindo desenvolvimento e milhares de empregos para a região. No entanto, o projeto não foi adiante. Segundo o governador da época Omar Aziz (PSD) e representantes do governo estadual, a iniciativa da Adidas não encontrou respaldo do governo federal, presidido por Dilma Rousseff, presidente da república na época, e foi bloqueada por pressões políticas de setores do Sul e Nordeste.
Conforme informações, em reuniões preliminares, os secretários do MDIC, Alessandro Teixeira e Heloísa Menezes, ouviram a proposta, mas cederam à pressão da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), que defendia proteger as indústrias do Sul e Nordeste, temendo a migração de investimentos para o Amazonas. Dessa forma, o projeto sequer foi levado à consulta pública.
A decisão impactou negativamente o Amazonas, que perdeu a oportunidade de transformar Manaus em um polo de produção calçadista, com o potencial de gerar 290 mil empregos, números expressivos para a economia regional. O governo estadual e a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) ainda tentaram manter o processo produtivo básico para viabilizar o projeto, mas sem sucesso.
Contraste de atuação federal em prol do Amazonas
Anos depois, outro nome da política amazonense, o Capitão Alberto Neto (PL), agora candidato a prefeito de Manaus, destacou seu compromisso com o estado. Como deputado federal, ele assegurou mais de R$110 milhões em emendas para o Amazonas entre 2020 e 2024, atendendo demandas urgentes em saúde, educação e assistência social. Entre os investimentos, R$10,4 milhões foram destinados à saúde pública em 2020, com especial atenção ao combate à Covid-19 em municípios como Manacapuru, Tefé e Caapiranga. Esse valor aumentou para R$18,4 milhões em 2024, indicando sua dedicação contínua.
Essas ações contrastam com a postura que deixou o Amazonas sem o projeto da Adidas, levantando questões sobre o real compromisso do governo federal em apoiar o desenvolvimento econômico da região, crucial para reduzir desigualdades.