Na tarde desta quinta-feira (2), o governador do Amazonas, Wilson Lima, voltou a ser destaque em matéria nacional publicada pelo portal Metrópoles, assinada pela jornalista Andreza Matais. O foco foi um dos episódios mais polêmicos de sua gestão: a compra de respiradores ineficazes e superfaturados durante a pandemia da Covid-19.
A matéria do Metrópoles traz como tema: “Governador que comprou respirador inútil para Covid segue impune”, evidenciando uma série de erros incalculáveis que trouxeram à sociedade dor e a perda de milhares de vidas inocentes.
Segundo a reportagem, os equipamentos custaram mais de R$ 110 mil cada, enquanto o valor de mercado era próximo de R$ 17 mil, gerando um prejuízo superior a R$ 2 milhões aos cofres públicos. O processo, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 2021, tornou Wilson Lima réu, mas até hoje não foi julgado.
O legado do erro
A denúncia evidencia que cada respirador custou seis vezes mais que o valor de mercado, dinheiro que poderia ter reforçado UTIs, adquirido oxigênio ou salvado vidas. Mais alarmante ainda: empresas sem qualquer especialização médica participaram da negociação, incluindo uma loja de vinhos, supostamente responsável pela logística ou intermediação.
O relator do processo, Ministro Francisco Falcão, identificou “indícios efetivos de que o governador acompanhou o processo de compra emergencial e interferiu, atuando com liderança sobre a organização criminosa”.
Colapso e vidas perdidas
Enquanto o processo se arrasta no STJ, o Amazonas viveu um dos momentos mais trágicos da pandemia no país. Manaus sofreu colapso hospitalar; centenas de pacientes foram transferidos às pressas, e mais de 60 pessoas morreram por asfixia devido à falta de oxigênio.
Famílias imploravam por cilindros, e profissionais de saúde relataram a dor de assistir pacientes morrerem sem condições mínimas de suporte. O episódio de janeiro de 2021 tornou-se símbolo de falhas administrativas e morais no Brasil.
Impunidade: o que mudou?
O processo foi aberto em abril de 2020.
Wilson Lima tornou-se réu apenas em setembro de 2021.
Em outubro de 2025, o caso ainda não foi julgado pela Corte Especial do STJ.
Entre interdições processuais e manobras jurídicas, o tempo corre a favor dos acusados. O presidente do STJ, Ministro Herman Benjamin, determinou que nenhum novo caso seja incluído na pauta até que os temas pendentes sejam esgotados, o que significa que o caso dos respiradores não será analisado este ano.
Reflexos em governança e credibilidade
O episódio simboliza falhas profundas na administração pública:
- Transparência: se equipamentos de saúde são adquiridos de empresas sem qualificação técnica e com preços superfaturados, onde está o controle e a fiscalização?
- Responsabilidade política: Wilson Lima segue governando, foi reeleito e cogita disputar o Senado em 2026. Como pesa esse histórico na avaliação pública? Há cobrança eleitoral ou institucional real?
- Justiça tardia: cinco anos para julgar uma acusação de superfaturamento é muito tempo quando vidas estão em jogo, evidenciando a morosidade judicial que alimenta a impunidade.
Perguntas que permanecem
- Quantas vidas poderiam ter sido salvas se os respiradores fossem funcionais?
- Que outras compras emergenciais foram feitas sem fiscalização adequada?
- Quem mais se beneficiou do esquema — apenas empresários intermediários ou também membros próximos ao governo?
- Qual será o legado desta gestão, se parte dele for dor, prejuízo financeiro e impunidade?
A compra de respiradores inúteis não foi apenas um deslize administrativo: simboliza o fracasso de lideranças em momentos de crise — ética, técnica e humana. Cinco anos depois, o Amazonas ainda espera justiça — e seus cidadãos, responsabilidade. Se nada for feito, o legado será de devastação e silêncio conivente.
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