O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, recebeu nesta terça-feira (6) a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que convidou o Sistema CNC-Sesc-Senac para participar de uma mobilização nacional de combate à violência contra as mulheres do Brasil.
O País é o quinto com maior número de assassinatos de mulheres no mundo, conforme o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil, e a cada seis minutos, uma menina ou mulher sofre violência sexual. Dados também comprovam que a cada 24 horas, 75 casos de importunação sexual são denunciados. E, ainda, 3 em cada 10 brasileiras já foram vítimas de violência doméstica, de acordo com a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher.
A campanha Feminicídio Zero, lançada oficialmente nesta quinta-feira (7), foi apresentada ao presidente Tadros, que anunciou apoio ao movimento. “A violência é inaceitável. As mulheres são as chaves da vida. O combate à violência passa pela educação e resgate de uma dívida social. Estamos 100% de acordo com a campanha e contem conosco”, afirmou.
Tadros falou sobre como essa questão está enraizada historicamente na sociedade brasileira e ressaltou para a ministra que a CNC tem 52% de mulheres no seu quadro de colaboradores. Destacou ainda que a pauta feminina é uma premissa nos valores do Sistema Comércio e que a Confederação possui a Câmara Brasileira da Mulheres Empreendedoras do Comércio (CBMEC).
A CBMEC é um órgão consultivo da Presidência da CNC formado por mulheres empreendedoras que representam diversos segmentos do Setor Terciário da economia brasileira, com o objetivo de oferecer estudos e sugestões que possam subsidiar estratégias e ações políticas da Entidade na defesa das categorias econômicas representadas.
A ministra Cida Gonçalves agradeceu o apoio da CNC e destacou que o enfrentamento à violência contra a mulher é um desafio que envolve, além do Estado, mobilização de toda a sociedade brasileira.
“Precisamos de ajuda para mostrar a importância de os homens falarem com os homens”, ressaltou. Gonçalves citou o aumento da violência sexual com crianças de 0 a 4 anos e enfatizou que é necessário dar um basta. “Isso não é normal, não é natural. É uma barbárie.”
Lei Maria da Penha
A ação do Ministério das Mulheres marca o aniversário da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que completou 18 anos de vigência no País e define que a violência doméstica contra a mulher é crime.
A lei aponta as formas de evitar, enfrentar e punir a agressão, além de indicar a responsabilidade que cada órgão público tem para ajudar a mulher que está sofrendo a violência.
Articulação nacional
A campanha do governo federal faz parte de uma mobilização nacional permanente do Ministério das Mulheres, envolvendo diversos setores do País no compromisso de pôr fim à violência contra as mulheres, em especial aos feminicídios, a partir de diversas frentes de atuação: comunicação ampla e popular, implementação de políticas públicas, engajamento de atores diversos.
Um evento no mês de agosto, em Brasília, marcará a assinatura de um Manifesto pelo Feminicídio Zero, em que cada parceiro(a) se compromete a atuar de acordo com suas possibilidades de recursos, estrutura e público-alvo.