DA REDAÇÃO BLITZ AMAZÔNICO
De aparência inconfundível, definitivamente o peixe acari, mais conhecido no Amazonas como bodó, caiu no gosto da população. A iguaria é facilmente encontrada em igarapés e rios do Estado, sendo um dos principais alimentos na mesa dos ribeirinhos e do povo Manauara. O cascudinho como é popularmente conhecido, apesar de assustador, tem um rico potencial econômico e nutricional.
O portal de notícias Blitz Amazônico entrevistou o comerciante Ricardo Queiroz, mais conhecido como Ricardo Bodó, para contar um pouco da sua história e do sucesso do bodó em seu local de comércio em Manaus.
INÍCIO DE TUDO
“A banca de peixe é do meu pai, o senhor José Gonzaga, que trabalha na Feira do Mutirão a mais de 30 anos, uma das feiras mais antigas de Manaus. Todo esse tempo ele sempre trabalhou vendendo diversos tipos de peixes, como pacu, aracu, jaraqui, sardinha e peixes lisos, mas seu forte sempre foi o Bodó!
“Cresci trabalhando com meu pai, mas sempre ele falou que aquilo não era para mim, sempre me incentivou a estudar e segui seus conselhos, hoje sou técnico em enfermagem e enfermeiro. Mas em 2022, após o diagnóstico de câncer, meu pai teve que se ausentar para fazer seu tratamento, e eu assumi o comando da banca de peixe junto com o Leonardo, meu sobrinho e o Josimar, mais conhecido como Mazinho, pai dos meus sobrinhos”, contou.
DA CEASA PARA A MESA DO CONSUMIDOR
“O nosso Bodó vem da ilha Curari localizada no município de Iranduba, entregue para a gente no porto da Ceasa em Manaus, trazido pelo Seu Zé um pescador antigo que trabalha a anos com meu pai. Nesses anos, durante o comando do meu pai, o bodó sempre foi comercializado da forma tradicional cozido e assado”, disse.
NECESSIDADE DE REINVENTAR O BODÓ
“Após eu assumir a banca de peixe, notei que havia a necessidade de inovar e criar formas do preparo do bodó. Meu pai nos ensinou a tirar o filé do bodó o qual congelamos o mesmo. Verificados que o sabor do bodó congelado não se perdia e tivemos a ideia de cortar o filé em pedaços menores para fazer picadinho que no primeiro dia que fizemos foi algo muito falado na feira”.
LINGUIÇA DE BODÓ
“Logo depois um amigo cliente deu a ideia de fazemos a linguiça de bodó e abraços a ideia fizemos um estudo e levantamento do material utilizado e conseguimos fazer e criar a linguiça de bodó no qual somos os criadores oficiais de bodó, os únicos a venderem a linguiça de bodó em toda Manaus, que por todos os clientes que provaram a linguiça aprovaram o sabor da linguiça de bodó”, revelou.







FORMA DE PREPARO
“Hoje na Feira do Mutirão temos O bodó vivo da forma tradicional que pode ser feito cozido e assado, também temos o filé do bodó, somos os únicos a vender o bodó descascado que pode ser feito frito, escabeche de bodó e embalado. Também temos o picadinho de bodó que pode ser feito lasanha de bodó almôndegas de bodó e o que a imaginação do nosso cliente desejar fazer com o picadinho”.
“Vendemos também apenas a cabeça do bodó para os amantes da cabeça do bodó fazerem uma deliciosa caldeirada de cabeça de bodó”, completou.
ROTINA DE MUITO TRABALHO
“Nossa rotina é de terça a domingo, com início às 5 h da manhã quando partimos de casa para o porto da Ceasa para buscar o bodó vivo e trazemos para a Feira do Mutirão, fico na feira até às 11 h depois tem que sair para o trabalho como técnico em enfermagem, mas meu sobrinho fica até às 13hrs da tarde”, disse.
APROVAÇÃO POPULAR
“Bem não sei explicar o porquê de ter caído no gosto do povo Manauara, mas creio que seja porque é um peixe muito saboroso e com um preço acessível no bolso de todos, comercializado vivo, então sempre vai ser um produto fresco”, finalizou.