A Prefeitura de Manaus avança nas ações para o controle do Aedes aegypti na capital. Além do trabalho de visita casa a casa para identificação de criadouros do mosquito, aplicação de larvicida e sensibilização da população sobre os cuidados nos domicílios, as equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) vêm reforçando a estratégia do “Check List 10 minutos contra o Aedes”.
A ação tem o objetivo de orientar os moradores a realizarem a inspeção uma vez por semana, principalmente no período chuvoso, entre os meses de novembro e maio. Nesta terça-feira, 7/2, o bairro Alvorada, na zona Centro-Oeste da capital, foi um dos que receberam a visita dos Agentes de Endemias. A programação no bairro se estende até a sexta-feira, 10. O bairro da Compensa está programado para receber as próximas ações.
A secretária municipal de saúde, Shádia Fraxe, destaca o apoio da população com ações simples, dentro de casa, como a base essencial para evitar a proliferação do mosquito.
“Só vamos ter sucesso em nossas ações se a população fizer sua parte. É importante frisar que a responsabilidade de cuidar das nossas casas, para termos ambientes mais saudáveis, livres de criadouros de mosquitos transmissores de doenças em Manaus, é nossa. As ações da Semsa são importantes, mas têm um peso secundário. Por isso é essencial que cada morador faça essa tarefa de checar seus quintais e outras áreas de suas casas, para observar se há acúmulo de água em recipientes que facilitam a disseminação dos mosquitos”, orienta.
O Aedes aegypti é responsável pela transmissão da dengue, zika vírus e chikungunya. Os esforços das equipes da Semsa em 2022 resultaram na redução dos casos da doença. De janeiro a dezembro foram confirmados 1.155 casos de dengue, 67 de zika e 44 casos de chikungunya, uma redução de 67,7% (somadas todas as arboviroses transmitidas pelo Aedes) em relação ao ano de 2021.
O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, salienta que a redução no número de casos, demonstra que, a corresponsabilidade da população para manter o cenário de queda das doenças transmitidas pelo Aedes é primordial.
“Tivemos uma redução expressiva de casos em 2022 e nosso desafio em 2023 é manter esse resultado. Isso foi possível graças aos esforços das equipes e a colaboração da população, pois 90% dos criadouros estão dentro dos imóveis e a população tem como contribuir imensamente evitando a exposição de recipientes que acumulam água e que são preferenciais para a desova do mosquito, principalmente nesse período de intensificação das chuvas”, reforçou Alciles durante a inspeção no bairro Alvorada nesta terça-feira.
Planejamento
O planejamento da Semsa contempla a realização média de 139 mil visitas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, para vistoriar casas e reforçar a estratégia do Check List 10 minutos contra a dengue. No ano passado foram realizadas 834.280 visitas para enfatizar a importância dos cuidados preventivos para evitar a disseminação do mosquito.
“Cada Distrito de Saúde da área urbana tem a sua programação e, dependendo dos casos notificados, são deslocadas equipes para os locais com objetivo de cortar a transmissão de arboviroses, então atuamos em todas as áreas que possam estar com problemas de propagação dessas doenças transmitidas pelo Aedes”, salientou Alciles.
Vulnerabilidade
De acordo com o 2º Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) que possibilita a identificação por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas do mosquito, de um total de 63, nove bairros de Manaus apresentaram alta vulnerabilidade: Tarumã, Redenção, Alvorada, Compensa (zona Oeste), Parque 10 de Novembro, Adrianópolis, Japiim (zonas Centro-Sul e Sul), Armando Mendes (zona Leste) e Distrito Industrial II (zona Leste).
Além da estratégia do check list, os servidores orientam os moradores sobre o Disque Saúde através do 0800 280 8280 para relato de situações em que residências abandonadas, casa de acumuladores e terrenos baldios apresentem risco.
O aposentado Helder Lira elogiou a ação e reforçou que sua família é atenta aos cuidados para evitar os criadouros. “Eu às vezes sou até chato com os vizinhos porque aviso quando a casa deles está com algum recipiente que pode virar criadouros. Faço a minha parte. Tenho idoso em casa e é preciso cuidar da saúde dele”, frisou.