Com a proposta de discutir sobre mortes maternas e ações voltadas à prevenção do problema, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), participou, nesta segunda-feira, 29/5, do encontro promovido pelos Comitês Municipal e Estadual de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal (CMPOMIF e Cepomif), no auditório do Centro Universitário Fametro, unidade zona Sul, no bairro Cachoeirinha. O evento foi realizado em referência ao Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, instituído em 28 de maio.
Com um público aproximado de 120 pessoas, o encontro teve palestras, debates e exposição científica para refletir sobre as mortes maternas e seu impacto nas famílias e na sociedade, identificando suas causas e evidenciando a importância da assistência qualificada para a prevenção do problema. A atenção primária ao pré-natal, o atendimento nas maternidades e a relação entre profissionais da saúde e a mortalidade materna foram alguns dos temas em debate.
“Foi um evento muito pertinente porque tocou em vários temas, uma vez que a mortalidade materna é multicausal, ou seja, são vários fatores contribuindo para o óbito materno”, afirmou a presidente do CMPOMIF e chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa Manaus, Lúcia Freitas, que participou da cerimônia de abertura ao lado do presidente da Cepomif, Adalberto Taketomi Junior.
A morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a essa condição. É considerada uma grave violação dos direitos humanos das mulheres, por ser evitável em 92% dos casos.
A redução da morte de gestantes, mães e bebês está entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) firmados durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015, com a meta de reduzir a mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos. O Brasil, por sua vez, estabeleceu como meta uma razão de 30 óbitos maternos a cada 100.000 nascidos vivos.
Participantes
Na primeira apresentação do evento, a chefe do Núcleo de Investigação de Óbitos da Semsa, Karine Costa de Souza, e o presidente da Cepomif, Adalberto Taketomi, exibiram um panorama da mortalidade materna nos âmbitos municipal e estadual.
Logo após, teve início um colóquio sobre a Mortalidade Materna no Contexto Amazônico, com mediação da integrante do Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Instituto Fernandes Figueira (IFF), Loiana Alencar de Melo. A primeira convidada do debate, a médica especialista em Saúde da Família e Comunidade da Semsa, Fabiola Kelly Santos, falou sobre o tema “Diretrizes para atenção ao pré-natal: Orientações, condutas, guias e procedimentos”.
Também atuando na área de Saúde da Família e Comunidade na Semsa, o médico obstetra Helton Batista Oliveira tratou a “Utilização dos protocolos clínicos como medida segura para redução da mortalidade materna: pré-eclâmpsia, eclampsia, hemorragias e sepse”. A última convidada do colóquio, a coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional e Área Profissional em Saúde, Maria Suely de Sousa Pereira, colocou em pauta a “Contribuição das instituições Formadoras na redução da mortalidade materna”.
No debate, vieram à tona questões relacionadas à formação acadêmica dos futuros profissionais da atenção primária ao pré-natal e ao planejamento reprodutivo. “Foram apresentações e questionamentos relevantes, pois tanto uma assistência de qualidade ao pré-natal quanto as ações do planejamento reprodutivo são importantes para a redução da mortalidade materna”, apontou Lúcia Freitas.
Pela Semsa, o encontro teve também a presença a diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador, Marinélia Ferreira Martins.
A programação do encontro se encerrou com a apresentação da proposta de atualização do Plano Estadual de Redução da Mortalidade Materna, realizada por Adalberto Taketomi.