Mais de 800 metros quadrados de pedras portuguesas que fazem os desenhos em curvas e retas do complexo turístico Ponta Negra, zona Oeste, receberam serviços de recomposição e reposição da Prefeitura de Manaus nos meses de janeiro e fevereiro de 2024. O trabalho manual e delicado de assentamento de cada pedra é feito diariamente ou conforme necessidade de manutenção do parque.
A recomposição acontece de forma manual para restaurar áreas do grande calçadão onde as rochas de calcário e basalto portugueses acabam se deslocando no piso. E elas são repostas uma a uma, formando novamente os mosaicos e desenhos. Por ser mais rústico e com formas orgânicas, o piso traz um sentimento de memória afetiva.
A manutenção tem supervisão da comissão do parque, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), órgão responsável pela gestão do complexo. Até o último dia 16, mais 420 metros quadrados passaram por serviços. Em janeiro foram 380 metros quadrados.
“O trabalho de manutenção é necessário e feito periodicamente no espaço, para deixar o parque público ordenado e com os cuidados preventivos e de correção, seguindo determinação da gestão do prefeito David Almeida”, explicou o coordenador do complexo, Alberto Maciel.
Desenho
Com um traçado sinuoso, que lembra o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, o calçadão tem desenhos em pedras portuguesas, semelhante aos que foram usados pelo paisagista e arquiteto Burle Max em obras pelo Brasil, usando o padrão de ondas de praças em Lisboa, em Portugal.
Na Ponta Negra, os desenhos são geométricos e em ondas sinuosas, conferindo ao espaço um piso antiderrapante, que tem mais absorção de águas pluviais e retém menos calor, oferecendo maior conforto e beleza aos usuários.
As pedras portuguesas apareceram primeiro em calçadas de Manaus, no largo São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, entre 1901 e 1905. No Rio de Janeiro, onde os mosaicos são bastante comuns, alguns são herança do período em que a cidade era a sede do Império.
A técnica de desenhar pavimento com as pedras foi consolidada em Portugal no século 16. Posteriormente os mosaicos ganharam cores em contraste e desenhos mais exuberantes. A partir do século 19 a herança lusitana se estendeu para outras cidades brasileiras como Manaus, Belém, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras.
Foto – Clóvis Miranda / Semcom