Negócio iniciado durante a pandemia hoje mira em expansão com franquias pelo paísA empresária manauara Haretha Braga, proprietária da Anntipastti, a primeira empresa de antepastos da região Norte do Brasil, foi a convidada da semana no podcast do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM). No programa, disponível nas redes sociais da entidade, a empreendedora conta como levou seu negócio que funcionava dentro de casa para uma loja ampliada em bairro nobre da cidade.
Durante a pandemia de covid-19, em um momento no qual grande parte do comércio permanecia de portas fechadas, veio o desejo de transformar um hobby em empreendimento. Com o incentivo das amigas, que já aprovavam os antepastos que Haretha cozinhava, a empresária criou coragem para tirar a ideia do papel.
“Fui para o supermercado com R$ 100, com esse dinheiro comprei o material da caponata, do pesto, comprei as embalagens, fui para casa e fiz. Era por volta de uma hora da tarde, às cinco horas já estava tudo pronto. Anunciei nos grupos de Whatsapp e vendi tudo no mesmo dia”, conta.
No início, os produtos eram vendidos em embalagens simples de plástico. Isso deixava Haretha inconformada, pois ela considera a apresentação um fator importante do seu negócio. O seu primeiro desafio, então, foi encontrar embalagens mais sofisticadas mesmo com as lojas de fornecedores fechadas.
Como muitos negócios durante o isolamento social, a Anntipastti primeiramente funcionou como loja on-line e vendas por delivery. Após alguns meses, com o crescimento das demandas, Haretha se organizou para inaugurar um ponto físico da loja.
“Com o decorrer do tempo, a Anntipastti começou a fazer um nome e eu senti a necessidade de abrir meu espaço físico. Temos uma loja que por sinal acabou de ser duplicada. Fica na Ponta Negra, no Posto Shell, após o Shopping Ponta Negra. Quando eu abri a minha loja física eu pensei: ‘agora eu vou bombar a minha loja mais ainda, vou ter um faturamento fácil’. Quem dera, não foi assim”, afirma.
Para não cair no saldo negativo, Haretha conta que encontrou salvamento na estratégia de tráfego pago, que consiste em anúncios publicitários na internet e nas redes sociais. A estratégia deu certo e possibilitou que sua loja fosse duplicada de tamanho, para dar conta da freguesia.
“[O faturamento] começou a decair com quatro meses que eu estava com a loja. Foi quando eu tive a ideia de contratar o tráfego, que mudou a minha vida. Janeiro eu imaginei fechar com faturamento de R$ 38 mil, que não pagaria nem as despesas da loja, mas eu consegui fechar com R$ 63 mil, com o tráfego funcionando por 15 dias. Foi daí que eu comecei a decolar e com 8 meses de casa aberta eu dupliquei, de 30 para 60 metros quadrados”, relembra.
No início, a Anntipastti oferecia dois produtos, a caponata e o pesto, que continuam como carros-chefes da loja. Hoje, a partir de demandas dos fregueses, é possível encontrar um mix de produtos artesanais, além de refeições nos horários de almoço e jantar.
Segundo Haretha, seu próximo plano para a Anntipastti é abrir franquias da loja. Seu objetivo é tornar o negócio conhecido mundialmente. “Eu vou começar agora a criar franquias, um grande sonho meu, porque eu quero ser conhecida mundialmente, e porque esse projeto de negócios é um projeto muito novo, que foi todo criado por mim e eu acho que o mundo precisa saber disso”, pontua.
O economista Marcus Evangelista, presidente do Corecon-AM, ressalta a importância do plano de negócio para empreendedores que estejam começando um novo projeto.
“Segundo as estimativas do Sebrae, grande parte das empresas acaba fechando no primeiro ano. Existe uma ferramenta, que os economistas podem fazer, chamada plano de negócio, que é pegar as ideias do empresário e jogar no papel, para diminuir a possibilidade do negócio não dar certo”, afirma.
O presidente do Corecon-AM avalia que Haretha obteve um sucesso “fora da curva”, uma vez que conseguiu se adaptar conforme enxergava as oportunidades a partir dos desejos dos clientes.
“Ela fez a moldagem que a grande maioria dos empresários não consegue fazer, porque se envolvem emocionalmente, não percebem que o custo fixo está ‘comendo’ o lucro dele, não consegue formatar o preço de venda. É importante você colocar isso no papel para mitigar os problemas que vai ter no primeiro ano do negócio”, completa.
Sobre o podcast
O Corecast é um programa semanal, apresentado pelo presidente do Corecon-AM, economista Marcus Evangelista. A cada episódio economistas do Estado são convidados para falar sobre assuntos relacionados à atuação da Economia local e regional. Para conferir o último episódio na íntegra, basta acessar https://youtu.be/ixiTQlHrRJo.
O programa é produzido e transmitido pelo Studio Amazônia Podcast (@studioamazoniapodcast), localizado na rua Urucará, 828, Cachoeirinha. Para acompanhar o programa e enviar feedbacks e sugestões de pauta, acesse os canais oficiais do Corecon-AM no Youtube, Instagram e Facebook (@coreconam).