Estudo conduzido por Erica Lima destaca como ouvir diferentes vozes em um cenário de opiniões extremas pode revelar não apenas tensões sociais, mas também possibilidades de diálogo
Em um momento em que a polarização política e social marca as conversas no Brasil e no mundo, a pesquisa qualitativa se mostra uma ferramenta essencial para compreender como as pessoas constroem suas visões de mundo e “verdades”. Erica Lima, especialista em pesquisa de opinião e comportamento social, apresenta reflexões sobre os desafios e as oportunidades de investigar narrativas tão distintas em um mesmo campo de estudo.
“A escuta qualitativa nos permite acessar não só o que as pessoas pensam, mas também como elas sentem e justificam suas crenças. Em contextos polarizados, essa escuta revela tensões profundas, mas também mostra pontos de encontro que muitas vezes passam despercebidos”, afirma Erica Lima.
Segundo ela, o trabalho do pesquisador demanda atenção redobrada para os limites éticos e metodológicos: “Ouvir os dois lados não significa relativizar discursos, mas entender as estruturas que sustentam essas narrativas. Nosso papel é iluminar a complexidade social, sem simplificações fáceis ou julgamentos apressados.”
A discussão sobre a pesquisa qualitativa em tempos de polarização propõe, portanto, uma reflexão urgente: como produzir conhecimento que não apenas descreva opiniões extremas, mas que ajude a sociedade a se reconhecer em sua diversidade de vozes.
SOBRE ERICA LIMA
Érica Lima Barbosa é empresária, pesquisadora, escritora e assistente social. CEO do Portal O Convergente, atua na área de consultoria em ensino, pesquisa e mídias. É mestre em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia (Fiocruz Amazônia/UFAM), com mais de dez anos de experiência em pesquisa eleitoral qualitativa e análise de discurso. Especialista em história oral, desenvolve pesquisas em regiões remotas da Amazônia. Apresenta o programa Debate Político na Rede Onda Digital e é Diretora de Comunicação da AJEB-AM, promovendo a valorização da produção intelectual feminina no estado.