Localizado na lateral da praça Dom Pedro II, o Palácio Rio Branco, na avenida 7 de Setembro, Centro, zona Sul, compõe um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos urbanísticos da capital, tendo funcionado durante décadas como sede da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Dentro do programa “Nosso Centro”, visando a proteção de imóveis de interesse histórico e patrimonial, a Prefeitura de Manaus realiza uma série de estudos para manutenção e conservação do prédio, que é classificado como uma unidade de preservação de primeiro grau, conforme o Decreto Municipal 7.176/2004.
Na sexta-feira, 16/6, equipe técnica e de arquitetos do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) deram continuidade a uma série de visitas para fundamentar os estudos para preservação, manutenção e revitalização das fachadas do prédio, de estilo eclético, que foi erguido entre os anos de 1905 e 1938, no auge do ciclo da borracha.
“Estamos realizando os estudos cromáticos, fazendo desenho e tendo a apreensão estilística dos elementos que compõem as suas fachadas. São cinco estudos cromáticos e ainda temos as análises de possíveis danos no imóvel, pela ação do tempo, como fissuras, infiltração, verificando a cobertura e exterior”, explicou a gerente de Patrimônio Histórico da autarquia (GPH), arquiteta e urbanista Melissa Toledo.
A arquiteta reforça que o projeto marco do “Nosso Centro” acontece no entorno da antiga ilha de São Vicente, onde edificações como o Paço Municipal, hoje Museu da Cidade, e o Palácio Rio Branco são emblemáticas tanto quanto à tipologia arquitetônica quanto ao porte.
“O palácio tem uma magnitude pelos seus elementos estilísticos compostos no coroamento, no corpo edificado e na própria base do prédio, que é elevada do chão. São vários elementos que compõem a fachada, como mísula, roseta, coroamento na parte mais alta, que está cobrindo o telhado. São ornatos presos à parede”, explicou Melissa, acrescentando que estão estudando as tipologias da fachada para refletir quanto à preservação dos imóveis.
Prédio
O Palácio Rio Branco está inserido nas proximidades da área na qual foi realizada, em 9 de novembro de 1823, a adesão do Amazonas à Independência do Brasil pelos líderes políticos da época.
Projetado com a finalidade de abrigar a Chefatura da Polícia, nunca serviu a este fim, ficando, após a conclusão da obra, sob a responsabilidade da Assembleia do Estado. O Poder Legislativo só se instalaria no prédio 34 anos depois, na década de 1970.
Após a saída do poder do palácio, nos idos do ano 2000, o Legislativo, por meio de comodato, cedeu o edifício ao governo do Estado para a criação de um centro cultural. Nos últimos anos, o espaço teve cessão para a Prefeitura Municipal.
O Palácio Rio Branco mantém ainda o gabinete do presidente da Assembleia Legislativa. Instalado na sala Cônego Azevedo, que foi o primeiro presidente do poder da Província do Amazonas (1852), é composto de mobiliário em estilo manuelino e está preparado para servir ao presidente do Legislativo em eventos oficiais, especialmente recepção a autoridades políticas e diplomáticas.
Território
A revitalização, requalificação e regeneração do Centro Histórico de Manaus tem como foco o melhor aproveitamento da região central, local que guarda valorosa riqueza cultural e patrimonial. O “Nosso Centro” visa o resgate econômico da área, envolvendo ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação.