Você sabia que Manaus tem cerca de 300 famílias que utilizam crianças nas ruas e avenidas para pedir dinheiro e que a maioria delas são atendidas em unidades socioassistenciais da Prefeitura?
Sabia também que quase 90% das famílias que estão nas ruas pedindo dinheiro recebem benefícios como o Auxílio Brasil, Auxílio Estadual Permanente e Bolsa Família Consorciada?
Pois é! Uma realidade que não terá fim se você estiver colaborando.
A partir de agora seu pensamento deve mudar. E você não deve se sentir culpado. Afinal, esta é apenas uma das inúmeras formas criminosas de se explorar crianças e adolescentes.
Em Manaus foram descobertos casos de crianças alugadas para a prática de mendicância nos semáforos. Isso porque um adulto pedindo dinheiro acompanhado por uma criança chega a ganhar o triplo do que um adulto sem qualquer criança. Essa informação é real e relatada pelas equipes da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
No período de Carnaval, a prática de usar crianças para pedir esmola em meio à folia, pode tornar-se ainda maior em razão do grande público nestes eventos.
É triste, mas precisamos ter a visão de que quando se dá dinheiro para uma criança, estamos ajudando a tirá-la da escola e contribuindo para o fim da infância dela. Quando o esquema de exploração de uma criança dá certo, ele tem tendência a continuar.
Em um grande esforço para banir este mal, a Prefeitura de Manaus está montando uma operação conjunta com a presença de conselheiros tutelares, secretarias municipais e estaduais, ministérios públicos, Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Organizações da Sociedade Civil (ONGs) e a iniciativa privada para combater a exploração infantojuvenil nas ruas da capital.
Além desta operação, o município já desenvolve cotidianamente nas ruas, com o apoio de Organizações da Sociedade Civil e do Conselho Tutelar, abordagens e orientações com pessoas que praticam a mendicância. Uma das ferramentas utilizadas é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). É por meio dele que a prefeitura pode proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes, inserindo-os nas ações e estratégias adequadas e garantindo a introdução ou permanência dos mesmos em escolas e em atividades apropriadas para cada faixa etária – um trabalho amplo e levado para todo o núcleo familiar, permitindo o acesso a políticas de emprego e renda, saúde, educação, lazer, dentre outras, visando manter a família longe de qualquer forma de exploração. Essa é uma ação que dá resultado e pode mudar vidas.
Vamos lembrar que a proteção da criança e do adolescente passa por um tripé: família, Estado e sociedade, onde cada um deve cumprir seu papel em uma caminhada conjunta.
Então, antes de pensar em dar qualquer esmola na rua a crianças e adolescentes, reflita sobre o peso de sua ação e ligue para o Disque Denúncia – 0800 092 1407 ou 0800 092 6644 ou disque 100.
Faça a sua parte e ajude a dar um basta!
Exploração infantojuvenil – em todas as suas formas – é crime.