Um inquilino denunciou que foi espancado e teve os dentes quebrados pelo dono do imóvel que alugava, em Goiânia. O operador de caixa, Divino Marcos de Jesus Pereira, de 36 anos, disse que foi agredido após o homem pedir que ele saísse do imóvel e cobrar, além do valor do aluguel, mais R$ 90 – o que ele teria se recusado a pagar. Ele acredita que o dono do imóvel agiu motivado por homofobia.
“Ele veio logo atrás e me deu um soco na boca que quebrou meus três dentes da frente. Pegou meu capacete e bateu na minha cabeça. E o tempo todo me dando soco na cabeça, falando que ‘viado merece apanhar mesmo’”, desabafou o inquilino.
A agressão aconteceu na última sexta-feira (21), no Setor Central. Conforme o relato da Polícia Civil, a vítima contou que vivia no apartamento alugado pelo suspeito há cerca de três meses e que o suposto autor também mora no mesmo prédio.
O inquilino relatou que, inicialmente, o dono tinha pedido que ele entregasse a casa até 7 de julho, só que, no dia seguinte, falou que tinha errado a data e pedido para que ele saísse em 1º de junho.
Após isso, o morador teria dito que iria sair antes, em 1º de maio, e eles entraram em um acordo. Contudo, quando o inquilino pagou ao homem o valor do aluguel adiantado até a data de saída, o dono disse que tinha faltado R$ 90. Nesse momento, o inquilino teria se recusado a pagar a quantia “a mais” – o que teria motivado o início das agressões e ofensas.
“Eu paguei o valor certo, mas ele falou que estava faltando. Eu tinha negociado com ele de eu pagar na saída e ele não esperou, já veio me agredindo de ruindade, me xingando de bicha, de viado, falando que eu tinha que morrer”, disse.
Além disso, o dono do imóvel ainda também teria pedido que o morador entregasse o controle remoto de acesso ao prédio – o que o inquilino também não aceitou, já que ficaria mais alguns dias no apartamento.
Conforme o relato da ocorrência, nesse momento, o dono do imóvel começou a ofender o morador, o chamando de “viadinho” e “filho da puta”, e ainda o agrediu com socos no rosto e golpes de capacete. Depois, o homem ainda teria tomado o controle remoto do portão e dito que a vítima não poderia mais entrar no imóvel.
O inquilino disse que só não foi morto porque um amigo, que passava de carro pela rua, o viu sangrando e parou para ajudá-lo. A Polícia Militar foi chamada, mas o homem teria fugido do local junto com a esposa.
“Ele só não me matou porque meu amigo me viu sangrando e parou o carro”, disse.
O caso foi registrado na polícia como lesão corporal, injúria racial e exercício arbitrário das próprias razões, que significa “fazer justiça com as próprias mãos”.
Ao g1, o delegado Vicente Gravina, da Polícia Civil, informou que irá prosseguir com as diligências do caso e que, como não se trata mais de situação de flagrante, o suposto autor deve ser intimado para prestar depoimento, assim como as demais testemunhas.
Com informações do G1.