Com o intuito de combater e prevenir a doença Sigatoka Negra nas lavouras de banana em território amazonense, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) atua na conscientização e orientação dos agricultores familiares para as melhores práticas no cultivo da cultura, com uso de novas tecnologias e defensivos agrícolas.
Os esforços do instituto, bem como das instituições parceiras, se dão por conta de a doença foliar ser considerada altamente destrutiva e de fácil proliferação. A Sigatoka Negra é causada por fungo e provoca, em muitos casos, a perda total da produção e prejuízos financeiros aos agricultores, devido à impossibilidade de comercialização do fruto.
A banana é um dos alimentos mais consumidos pelos amazonenses, tendo consumo médio anual de 60 quilos por pessoa. Atualmente, a produção estadual é de quase 100 mil toneladas, mais de 10 mil hectares de área cultivada e quase 14 mil bananicultores em todos os municípios, conforme dados do Idam.
O coordenador do Projeto Prioritário da Banana do Idam, Diego Henriques do Santos, explica que as condições climáticas do estado são extremamente favoráveis ao patógeno. As altas temperaturas e umidade criam o ambiente perfeito para proliferação da infecção nas plantas.
“Outras vias importantes na disseminação no Amazonas têm sido as folhas doentes utilizadas nos barcos e nos caminhões para proteção dos frutos durante o transporte, e as bananeiras infectadas levadas pelos rios durante o período de cheias”, esclareceu o coordenador.
Orientações para o agricultor
O coordenador do projeto enfatiza que a melhor forma de combater a doença é cultivar variedades resistentes, tais como: Thap Maeo, Caipira, Pelipita, FHIA18, Caprichosa, Garantida. As variedades foram desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), especialmente para as condições climáticas do Amazonas.
Os técnicos do Idam nos municípios são capacitados para orientar os agricultores sobre as melhores práticas de cultivo, que consiste na realização gratuita de cursos, palestras, Demonstrações de Método, Dias de Campo, visitas técnicas nas lavouras e outras metodologias. Em 2023, o Idam realizou, ainda, a distribuição de quase 15 mil mudas para fomentar a cultura na agricultura familiar.
“Para viabilizar o controle da Sigatoka Negra em pequenos plantios em nosso estado, a Embrapa Amazônia Ocidental, através da equipe do Pesquisador Luadir Gasparotto, parceiros do Idam, desenvolveu uma técnica de deposição do fungicida na axila da segunda folha de bananeira”, explicou Diego.
O coordenador relata que a técnica consiste em aplicações de fungicidas a partir dos quatro meses de idade da planta, com intervalos de 60 dias, e que continuam com aplicações anuais nos ciclos da cultura. As medidas viabilizam o controle em pequenos plantios da agricultura familiar no estado.
“Além de reduzir o número de aplicações nos anos seguintes, também é de fácil acesso para os pequenos agricultores e reduz a contaminação ambiental, pois o produto é aplicado diretamente na axila na planta. É mais segurança para o agricultor, que fica menos exposto ao produto”, finalizou o coordenador.
FOTOS: Divulgação/Idam