A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 64ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Tapauá (a 449 quilômetros de Manaus), prendeu em flagrante, no final de semana, um homem, 39, por estupro de um bebê recém-nascido de cinco dias. A transferência do detento para Manaus contou com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM).
Durante coletiva de imprensa, o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), disse que trata-se de uma investigação da 64ª DIP de Tapauá, que chegou ao conhecimento da equipe de investigação no momento em que o recém-nascido deu entrada na unidade hospitalar do município, na sexta-feira (10/05), com a parte íntima sangrando.
“É um caso repugnante que chocou a sociedade amazonense, por ser uma criança com apenas cinco dias de nascida. Ainda não tinha nem caído o seu cordão umbilical do bebê, que foi vítima de um criminoso covarde com passagem por estupro tentado”, disse.
O delegado parabenizou a equipe policial da 64ª DIP pelo brilhante trabalho, no qual conseguiram diligenciar de uma forma responsável e, em um tempo hábil, trazer o desfecho do crime com um resultado positivo.
“Esse é mais um caso de estupro de vulnerável que acontece no interior do Amazonas, mas com as ações presentes da Polícia Civil nos municípios, as vítimas têm criado coragem para denunciar. Por isso pedimos que a população amazonense confie no nosso trabalho, para que possamos dar respostas cada vez mais céleres”, falou.
O diretor do DPI enfatizou, ainda, que com o reforço da segurança pública no interior e com os investimentos do Governo do Amazonas, a instituição tem tido resultados surpreendentes nas prisões.
“Apenas na semana passada, em 10 dias, foram quase 40 prisões. Um resultado nunca antes visto. Isso é fruto do trabalho da Polícia Civil, dos investimentos do Governo do Estado, e compromisso dos policiais civis, antigos e novos, que estão na instituição para trazer resultados satisfatórios para a população amazonense”, ressaltou.
De acordo com a delegada Kelly Souto, da 64ª DIP, o crime ocorreu na noite de quinta-feira (09/05), por volta das 10h, na casa onde o autor morava com a vítima e o restante de seus familiares.
“A notícia chegou à delegacia por meio da diretora do hospital, após o bebê ter sido levado até lá pelo pai e pela avó materna. Ela estava com as partes íntimas sangrando sem parar, então de imediato a diretora nos procurou para comunicar o fato”, disse.
Conforme a delegada, a equipe policial se deslocou ao hospital, onde a autoridade policial conversou com dois médicos, sendo que um deles é o ginecologista obstetra que fez o parto da criança.
“Ele garantiu que o bebê saiu do hospital completamente saudável e constatou que, pelos indícios, que a criança tinha sido abusada sexualmente. Diante disso, o pai da criança e a avó foram conduzidos à delegacia e a equipe policial seguiu em diligência para a residência, onde o autor foi encontrado”, falou.
Segundo a delegada, em consulta aos antecedentes criminais do indivíduo, vimos que ele tem passagem por estupro tentado contra uma vítima que era adolescente na época em que o crime ocorreu, em 2016. Toda a família sabia dessa vida pregressa do indivíduo.
“Conversamos com ele e com a sua esposa, momento em que ele confessou a prática. O homem disse que teria sido um acidente, quando ele pegou a criança com a mão e achava que tinha machucado a parte íntima dela com o dedo. Foi quando a criança começou a chorar e ele a devolveu para a mãe”, contou.
De acordo com a delegada, a versão do homem caiu em contradição pois os médicos constataram que havia uma laceração de 1º grau em toda a parte da vulva no introito vaginal, e a parte inferior da vagina estava lacerada, que são causados apenas com a penetração de um pênis pelo diâmetro. O hímen da vítima não foi rompido.
“O choro da criança foi mencionado nos depoimentos de todos os membros da família. Após isso, os pais e o bebê foram dormir e, apenas no dia seguinte, quando foram trocar a fralda dela, viram que havia sangue saindo pela vagina dela. Então foi quando eles a levaram para o hospital e começamos as investigações”, disse.
A deputada estadual Débora Menezes também esteve presente na coletiva e parabenizou a Polícia Civil pelo trabalho feito no interior e disse que acompanhou o caso desde o início até a transferência do indivíduo de Tapauá para Manaus.“Uma vez que a PC-AM faz esse trabalho brilhante de prender esse agressor, ela protege também outras crianças que poderiam ser vítimas deste indivíduo, não só nesta família, como em outras famílias”, citou.
A deputada ressaltou que é preciso fortalecer a cultura da denúncia em todos os ambientes que crianças e adolescentes costumam frequentar. “Familiares, gestores de escolas e hospitais precisam estar sempre atentos às reclamações das crianças, às queixas e dores que elas apresentam. Temos dado todo apoio psicológico e assistencial à família da vítima, especialmente aos pais, dois jovens de 18 anos, que estão bastante abalados”, ressaltou.
A deputada estadual Alessandra Campêlo, e presidente da Comissão da Mulher, da Família e do Idoso, falou que é um caso bastante chocante pois se trata de uma mulher, que com poucos dias de vida, já sofreu um estupro.
“Esse caso mostra que a mulher não precisa estar com determinada roupa, não precisa estar em uma festa, ou estar sob efeito de bebida alcoólica, para ser vítima de um estupro. Não precisa de nada disso pois vemos idosas e, agora uma criança de cinco dias, sendo estupradas. Então para um estuprador não importa se usa saia curta ou comprida ou se usa fralda”, disse.
Procedimentos
O homem responderá por estupro de vulnerável e ficará à disposição da Justiça.
FOTOS: Erlon Rodrigues/PC-AM