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Defensoria Pública instaura procedimento para analisar anulação de concurso da Câmara Municipal de Manaus

CMM tem o prazo de até 10 dias para apresentar cópia integral do procedimento administrativo que culminou na anulação do certame

A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) instaurou um Procedimento Coletivo (PC) para apurar a legalidade da anulação do concurso público da Câmara Municipal de Manaus (CMM), decretado por ato administrativo da presidência da Casa. A decisão, tomada com base em recomendação do Ministério Público do Amazonas (MPAM), foi contestada pelo vereador Rodrigo Guedes, que protocolou representação contra o cancelamento.

Em março deste ano, o presidente da CMM, David Reis anunciou a anulação do certome, após recomendação do MPAM que encontrou irregularidades no processo. Porém, o relatório da Comissão de Sindicância da própria CMM, de forma unânime, não acordos fraudulentos ou irregularidades apta a comprometer a lisura do concurso.

De acordo com o defensor titular da Defensoria Pública Especializada em Interesses Coletivos (DPEIC), Carlos Almeida Filho, houve uma grande manifestação na mídia, por conta da atuação de órgãos de controle e do próprio Ministério Público, ao apontar possíveis irregularidades que estavam sendo apontadas necessariamente à presença de familiares de um dos procuradores da Câmara no concurso.

“É obrigação institucional da DPE apurar a situação, dado que há um quantitativo grande de concursados querendo a continuidade do certame. Em decorrência dessa provocação, foi instaurado um PC e imediatamente expedido o ofício questionando informações da Câmara Municipal. Assim, estamos aguardando o retorno dessas informações até a semana que vem, para que possamos nos manifestar a respeito do nosso posicionamento”, disse o defensor público.

A DPEIC aponta que a anulação viola princípios constitucionais, como segurança jurídica e proteção à confiança legítima dos candidatos; razoabilidade e proporcionalidade (anulação sem provas concretas).

O PC requer a cópia integral do procedimento administrativo que culminou na anulação do concurso público, com prazo de 10 dias para resposta. A DPEIC também solicita uma manifestação da Comissão de Sindicância sobre as conclusões do relatório apresentado. A partir das respostas, a DPEIC avaliará se auxiliará uma ação civil pública para reverter o cancelamento e garantir os direitos dos aprovados.

O concurso público da CMM foi realizado em setembro de 2024, oferecendo vagas para cargas de níveis médio e superior. Ao todo, cerca de 20 mil candidatos se inscreveram para o certo.

Sobre o Procedimento Coletivo

O Procedimento Coletivo (PC) é um instrumento formal e extrajudicial pelo qual a DPE atua em favor da promoção de direitos difusos, coletivos e indivíduos homogêneos. É regido pela Resolução 023/2022-CSDPE/AM.

O PC é procedimento administrativo de natureza unilateral e facultativo, instaurado e presidido por defensor ou defensora pública e destinado a apurar fato que possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos de indivíduos homogêneos, coletivos ou difusos, a cargo da Defensoria Pública, nos termos da legislação aplicável, sujeitos a preparação para o exercício das atribuições subjacentes às suas funções institucionais.

Foto: Divulgação/CMM

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