Mais de 88 mil unidades de ovos sem rotulagem e acondicionados em caixas de estabelecimentos em situação regular junto à Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), prática que configura fraude, foram apreendidos, além de 900 litros de agrotóxicos transportados de forma inadequada, na manhã desta quinta-feira (16/11). A carga foi identificada pelos fiscais da autarquia durante uma barreira volante de vigilância agropecuária instalada na rodovia estadual AM-010.
A apreensão de ovos envolve dois estabelecimentos distintos. Um deles possui Serviço de Inspeção Estadual (SIE-AM), mas estava transportando os ovos em cartelas sem rotulagem obrigatória. Já o outro empreendimento atua de forma clandestina no Amazonas e reutilizava caixas de estabelecimentos regulares para tentar dar credibilidade a seus produtos.
Segundo o fiscal agropecuário e médico veterinário da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Gipoa) da Adaf, Aldemir Gonçalo, os ovos estavam sendo transportados em um caminhão e uma van e não tinha nota fiscal.
“A Adaf tem o papel de garantir a identidade e a segurança higiênico-sanitária dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores. Por trás de cada selo de inspeção, seja ele municipal, estadual ou federal, existe o trabalho da fiscalização. São ações de rotina e análises laboratoriais para garantir à sociedade segurança alimentar”, destacou.
Além da apreensão da carga de ovos, a Adaf autuou os responsáveis pelos produtos irregulares. A expectativa é que, após a realização de análises laboratoriais, para descartar o risco da presença da bactéria salmonella, os ovos sejam doados ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), antigo Programa Fome Zero.
Por meio da Gipoa, a Adaf avalia a estrutura adequada para a manipulação de produtos de origem animal, o fluxo correto dentro dos empreendimentos, a higiene dos funcionários, a limpeza nas instalações e equipamentos, até a qualidade dos produtos finais. A autarquia faz um alerta para que os consumidores fiquem atentos às características dos produtos inspecionados, como a presença do rótulo contendo todas as informações referentes ao alimento, e o Selo de Inspeção.
Agrotóxicos
Durante as ações na barreira volante de vigilância agropecuária na rodovia AM-010, os servidores da Adaf flagraram também o transporte inadequado de 900 litros de agrotóxicos. Segundo o fiscal agropecuário engenheiro agrônomo da Gerência de Fiscalização de Agrotóxicos (GFA) da autarquia, Michaell da Silva Santos, o trânsito dos defensivos estava acontecendo sem nota fiscal do produto e de Receituário Agronômico (documento que detalha as recomendações técnicas necessárias para o uso correto do produto), e dividindo espaço com gêneros alimentícios, em um caminhão.
“O responsável pela carga foi advertido, e após apresentar a nota fiscal e o receituário agronômico, assim como fazer o transbordo dos alimentos do veículo, ele pôde seguir viagem”, explicou o fiscal.
Michaell da silva Santos faz um alerta aos produtores sobre a proibição do transporte de agrotóxicos juntamente com pessoas, animais e alimentos destinados ao uso humano ou animal, ou com embalagens de produtos destinados a estes fins. Ele destaca, ainda, que a venda de defensivos agrícolas, seus componentes e afins diretamente aos usuários só pode acontecer mediante a apresentação do receituário agronômico, prescrito por profissional legalmente habilitado, dentro de sua área de competência.
A Adaf possui sete barreiras de fiscalização agropecuária que funcionam ininterruptamente para resguardar o patrimônio animal e vegetal do estado. Elas estão localizadas em Manaus, Parintins, Novo Aripuanã, Humaitá, Jundiá/Presidente Figueiredo, Apuí/Sucunduri e Careiro/Igapó-Açu
Fotos: Divulgação/Adaf