Blitz Amazônico
Política

Debate aponta avanços no combate à LAM, doença que afeta pulmões

Segundo especialistas que estiveram no Senado nesta quarta-feira (11), o Brasil conseguiu avanços consideráveis no diagnóstico e tratamento da linfangioleiomiomatose, mais conhecida como LAM, doença rara que provoca insuficiência respiratória e ainda não tem cura. Mas eles ressaltam que ainda são necessários avanços, como a busca de novas terapias — e inclusive defenderam projetos de lei relacionados a essa doença.

Eles participaram da audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta quarta para discutir a situação da LAM no Brasil e o papel do Congresso Nacional para ajudar no tratamento dessa doença. A audiência foi solicitada por meio de requerimento (REQ 73/2024 – CAS) apresentado pelos senadores Alan Rick (União-AC) e Humberto Costa (PT-PE).

Os especialistas destacaram que a LAM é acompanhada pela proliferação de células anormais nos pulmões, rins e vasos linfáticos, causando, em alguns casos, além da perda de capacidade respiratória, tumores abdominais. Também ressaltaram que as mulheres são as principais afetadas pela LAM, geralmente entre a puberdade e a menopausa.

Centros de tratamento

O médico pneumologista da Clínica da LAM, Bruno Guedes Baldi, informou que existem aproximadamente dois mil pacientes com a doença no Brasil, mas apenas cerca de 16% diagnosticados. Ele explicou que a gravidez também pode levar a problemas de capacidade pulmonar. Entre 2008 e 2023, 202 pacientes já foram tratados no centro de referência que ele dirige e 135 pacientes estão sendo acompanhados. 

O médico afirmou que o país evoluiu bastante nas últimas décadas, inclusive com tecnologias próprias, no tratamento de doenças que comprometem a respiração. Mas avalia que ainda é necessário dar novos passos, como no caso da implantação de mais centros de transplante pulmonar e na busca de novas terapias.

— Com participação internacional e com contribuição aqui do Brasil também, existe um marcador no sangue que, dependendo da situação, faz com que uma biópsia não seja necessária. E vários métodos de biópsia mais modernos também foram desenvolvidos para fazer o diagnóstico da doença com métodos menos invasivos.

Maria Clara Castellões de Oliveira, da Associação dos Portadores de LAM (Alambra) afirmou que, em 2024, houve a expansão da rede para tratamento da doença e hoje o país tem 19 centros para tratamento e um grupo de epidemiologistas especializados.

Ela apresentou os planos da associação para o futuro e pediu prioridade na aprovação de dois projetos de lei apresentados pelo senador Alan Rick: o PL 5.078/2016, que prevê uma política nacional para a doença, e o PL 2.220/2024, que isenta do Imposto de Renda os portadores da LAM.

— Entre os próximos passos, a gente precisa incentivar a identificação do tipo de LAM que as portadoras possuem, para que se possa ter mais um dado na hora de fazer o seu planejamento familiar.

Estima-se que dois terços dos pacientes com LAM têm, no mínimo, um episódio de pneumotórax ao longo da vida, o que exige internação hospitalar, colocação de dreno ou outros procedimentos cirúrgicos. Também se destacou durante a audiência que, apesar da gravidade, os pacientes têm encontrado dificuldade para o tratamento completo da doença.

Sociedade civil

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) presidiu a audiência. Ela destacou a importância da sociedade civil em debates como esse.

— Nós chegamos aonde chegamos, com projetos de lei, leis aprovadas, políticas públicas instituídas, por causa da sociedade civil organizada, por causa das famílias. E a gente precisa fazer essa homenagem às instituições, à sociedade civil organizada, trabalhando o tema — declarou Damares, que é vice-presidente da Subcomissão Permanente de Direitos das Pessoas com Doenças Raras.

Fonte: Agência Senado

Post Relacionado

Lei de Roberto Cidade contribui para amenizar danos ambientais causados pela má destinação de resíduos orgânicos

blitzamazonico

Presidente Roberto Cidade anuncia FGV como banca responsável pelo concurso público da Aleam

victoria Farias

No Viver Melhor, o pré-candidato Roberto Cidade se compromete em rever a isenção do IPTU que foi retirada pela atual gestão

blitzamazonico