No ano em que se lembram os dez anos do trágico acidente aéreo que culminou com a morte do ex-governador e ex-ministro Eduardo Campos, a Comissão de Educação e Cultura (CE) aprovou projeto que insere o nome do pernambucano no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A matéria seguiu para análise do Plenário com requerimento para votação em regime de urgência.
O PL 3.148/2024 foi apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e relatado na CE pelo senador Cid Gomes (PSB-CE). O parecer foi lido pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
Eduardo Campos nasceu no Recife em 1965. Formou-se em economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aos 20 anos, em 1986. Começou a carreira política em 1987 como chefe de gabinete do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, seu avô. Foi eleito deputado estadual em 1990 e venceu três disputas seguidas à Câmara dos Deputados, onde permaneceu de 1995 a 2007.
Foi também ministro da Ciência e Tecnologia entre 2004 e 2005 e governou Pernambuco por dois mandatos consecutivos, entre 2007 e 2014. Depois disso, lançou-se candidato à Presidência da República, ao lado da atual ministra do meio ambiente, Marina Silva. Em agosto de 2014, antes do fim da campanha eleitoral, sofreu um acidente durante uma viagem do Rio de Janeiro a Guarujá (SP), que matou todos os ocupantes do avião. Eduardo Campos morreu aos 49 anos.
Alessandro Vieira destacou Campos como um exemplo de liderança comprometida com o bem-estar social e o desenvolvimento econômico do país. Para ele, a atuação política do pernambucano deve ser reconhecida em âmbito nacional por ter deixado um “legado duradouro” e e que segue inspirando novas gerações de líderes brasileiros.
— Eduardo Campos deixou um legado político de sucessão. Tem hoje seu filho, João Campos, prefeito de Recife, altamente aprovado, com uma gestão inovadora e de qualidade e tem nosso colega parlamentar, Pedro Campos, deputado federal, aqui também nos honrando com destaque na atuação — ressaltou ao informar da presença de Pedro Campos, que acompanhava a votação na CE.
Líder exemplar
Para a senadora Teresa Leitão (PT-PE), a inscrição do nome de Eduardo Campos no livro enche de orgulho o povo pernambucano que tem no ex-governador a figura de um líder exemplar.
— Nós tivemos a certeza de ter um grande líder no estado. Uma liderança jovem, articulada, forjada na luta, nasceu praticamente dentro de uma urna e que trouxe para o estado de Pernambuco e também poderia ter refletido, ele foi ministro do governo Lula, ministro da Ciência e Tecnologia, uma forma de atuar que ainda hoje é muito lembrada.
Pedro Campos, um dos filhos de Eduardo Campos, agradeceu aos senadores pela aprovação da matéria e destacou que a inscrição do nome do pai no livro faz justiça a sua trajetória e servirá de exemplo para outras lideranças que seguirão lutando pelo desenvolvimento econômico, pela justiça social e por melhorias na educação do país.
— Apenas reforçar a importância desse projeto aqui, falando não apenas como filho de Eduardo, eu como filho tenho ele como herói desde o dia em que nasci, mas entendendo a importância de Eduardo enquanto heróis da pátria por tudo o que ele fez e o que ele defendeu na sua trajetória política.
Entre os marcos da trajetória de Eduardo Campos, ele citou a passagem do gestor pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e a criação da base das políticas públicas da pasta e a implementação da maior rede de educação em tempo integral do país, em Pernambuco, quando ele esteve à frende da gestão do estado.
Os senadores Flávio Arns (PSB-PR) e Paulo Paim também enalteceram a trajetória de Eduardo Campos e classificaram a homenagem como justa.
— Ele era um idealista. Então que ele continue sendo a referência nesse sentido, para a família, porque vocês têm uma caminhada, e também para toda a sociedade brasileira. Nós precisamos ter essas referências todas — afirmou, Arns.
Livro
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria fica no memorial cívico Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves em Brasília. O livro é destinado ao registro do nome de brasileiros e brasileiras que tenham oferecido à vida para a defesa e a construção do Brasil, com dedicação e heroísmo, como determina a Lei 11.597, de 2007.
Fonte: Agência Senado