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Defensoria entrega certificados de curso profissionalizante para jovens reeducandos do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa

Projeto “Ensina-me a empreender” forma terceira turma e concretização iniciativa que pretende dar novas perspectivas para adolescentes socioeducandos

A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) entregou certificados para 16 alunos do curso de formação do projeto “Ensina-me a empreender”, como parte do programa “Ensina-me a sonhar”. A iniciativa, que acontece em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas (Sebrae) e a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), busca inspirar adolescentes na conformidade de medidas socioeducativas a terem um novo olhar sobre o futuro.

Ao longo de cinco encontros, os jovens integrantes da terceira turma de formandos do curso assistiram a aulas de profissionais do Sebrae sobre autoestima, marketing pessoal, vendas digitais, inteligência emocional, características de comportamento empreendedor e modelo de negócios.

Apoiador do projeto desde a sua concepção, o Defensor Público Geral do Amazonas, Rafael Barbosa, destacou o quanto a DPE-AM se empenha em ir além da assistência jurídica gratuita e fomentar iniciativas que possam, de fato, transformar vidas.

“A Defensoria tem um compromisso com os direitos humanos e é um divulgador de cidadania e direitos. Então, é importante estarmos em locais como esse, onde há adolescentes pouco olhados pelo poder público, mas que, com a chegada da Defensoria, têm novas perspectivas”, disse.

Festa Junina

A celebração foi temática, com decoração e músicas de festa junina. A defensora Monique Cruz, uma das coordenadoras do projeto, explicou que a ideia parte do período festivo, mas também contribui com alguns dos objetivos do programa: promover a recuperação da autoestima dos adolescentes e promover um ambiente mais humano, mesmo em uma situação de privação de liberdade.

“Aqui, eles têm a oportunidade de mostrar para seus familiares todo o esforço que tiveram, além de confraternizar e compartilhar momentos de lazer. Eles vão poder mostrar que são capazes de, quando saírem daqui, terem um futuro brilhante pela frente, como nós mesmos”, destacou.

“As pessoas procuram dar oportunidades a eles, para que, quando saírem da unidade e cumprirem o que têm que cumprir, consigam mudar de vida, ajudar a família e empreender”, complementou o defensor Eduardo Ituassú, que também coordenou o projeto.

Os formandos e os novos sonhos

Os adolescentes que receberam os certificados têm em torno de 17 anos e cumprem medida socioeducativa dentro do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, localizado no bairro Alvorada, zona Centro-Oeste.

Um dos alunos, que está na instituição há cerca de três meses, contornou que traçou uma nova meta na vida a partir das aulas: fazer faculdade de Psicologia e, para ganhar um extra, abrir uma pequena empresa de doces.

“Eu diria que o programa me trouxe clareamento, porque abriu novos caminhos para mim”, declarou o jovem, que completou: “Eu aprendi como empreender e o que é ser uma pessoa empreendedora. É aquela pessoa que consegue visualizar as oportunidades e não as deixar passar. Por exemplo, você vê que na sua rua as pessoas gostam de hambúrgueres, din-din, já é uma ideia”.

Obrigatório

A cerimônia foi acompanhada com muita emoção por familiares e amigos dos adolescentes. Amanda Oliveira, dona de casa de 45 anos, não conteve as lágrimas ao falar do filho, que está na instituição desde abril e vem mostrando mudanças significativas no comportamento a partir dos cursos de que participou.

“Hoje em dia, ele é um outro filho e me pediu perdão por tudo o que aconteceu entre as pessoas. Estou orgulhoso do meu filho, dos três cursos que ele fez. E eu tenho fé que ele vai sair daqui bem e recuperado (…) aqui, eu consegui muitas coisas que eu não tinha conseguido lá fora, mudanças”, revelou.

Parcerias e reconhecimento

As aulas aconteceram com o apoio do Sebrae, que, há três edições do projeto, disponibilizam profissionais especializados nos temas envolvidos e que inspiram os adolescentes em medida socioeducativa para entrarem no mundo do empreendedorismo.

“Foi criada uma trilha especialmente para eles, com a finalidade de que melhoraram o conhecimento sobre empreendedorismo e motivação”, detalhou a representante do Sebrae na cerimônia, Jeane Dias.

O juiz Luís Cláudio Cabral Chaves, titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas da Comarca de Manaus, lançou uma iniciativa da DPE-AM como algo além das prerrogativas básicas da instituição.

“A Defensoria dá um exemplo às outras instituições para que não se impõem apenas nas obrigações formais, constitucionais, mas mostra que todos nós podemos fazer mais. E as instituições são assim também. Então, a Defensoria hoje, exigida assim, vai além da nota 10. É uma ação realmente inspirada”, ressaltou.

Créditos e ordem das sonoras:

Rafael Barbosa – Defensor Público Geral do Amazonas

Eduardo Ituassú – Defensor Público/ Coordenador do Projeto

Monique Cruz – Defensora Pública/ coordenadora do Projeto

Luis Cláudio Cabral Chaves – titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas

Jeane Dias – Analista do Sebrae

Amanda Oliveira – mãe de reeducando

Sem identificar – reeducando

Sem identificar – reeducando

Texto: Thamires Clair

Foto: Brayan Riker / DPE-AM

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