Dayane Santiago, que atua como 2ª Porta-Bandeira do GSRES Andanças de Ciganos – Especial e 1ª Porta-Bandeira do GSRES Tradição Leste – Acesso A, compartilhou sua trajetória surpreendente e os desafios de carregar o símbolo maior de sua escola no Carnaval.
Desde sempre, Dayane acompanhava o carnaval, encantada com as apresentações dos casais, mas nunca imaginou que um dia estaria à frente de um pavilhão. “O início de tudo foi bem louco. Quando recebi o convite, achei que o Diretor Roberto estava maluco. Eu, sem nenhum vínculo com o cargo, fazia parte da ala sincronizada da escola Andanças de Ciganos, na Comissão de Frente. De repente, recebi o convite, foi bem assustador, mas aceitei mesmo sem saber o que me esperava. Hoje, sou apaixonada pelo meu pavilhão”, relembra.
Para ela, o pavilhão representa o maior símbolo da escola. Junto com seu Mestre-Sala, Dayane é responsável por conduzir e representar a agremiação durante os desfiles e apresentações. “Minha relação com meu Mestre-Sala é de muita harmonia. Sempre buscamos a perfeição e seguimos as dicas do nosso coreógrafo, que nos prepara tanto tecnicamente quanto fisicamente. Os ensaios, que incluem os famosos ‘Golfinhos’, fazem toda a diferença”, destaca.
A preparação, segundo Dayane, vai além dos ensaios: ela enfatiza a importância do preparo físico, já que o peso do pavilhão e o figurino pesado exigem elegância e disposição. “Antes de entrar na avenida, sempre rezo e peço proteção a Deus para que o desfile seja leve e abençoado. Danço com um terço no braço para me sentir ainda mais próxima dessa proteção”, confessa.
O momento mais emocionante para ela foi, sem dúvida, o dia em que entrou na avenida no desfile oficial e percebeu que, apesar das dúvidas e das pessoas que diziam que não daria certo, ela realmente conseguiu. Essa responsabilidade, segundo Dayane, é enorme, independentemente de ser 1ª, 2ª ou até 3ª porta-bandeira, pois qualquer erro pode prejudicar a pontuação final da escola. “O maior desafio é não deixar o pavilhão enrolar ou cair”, alerta.
Sobre os figurinos, Dayane explica que são escolhidos pela equipe de direção de carnaval, que define o que será representado por meio de um croqui que sempre é um arraso. E, para os que desejam seguir essa carreira, seu conselho é simples: “Não desistam, persistam e nunca deem ouvidos para aqueles que não enxergam a sua luta diária. Ame o pavilhão e respeite-o, assim como as outras escolas.”
Curiosa quanto aos detalhes pessoais, Dayane revela que, embora seja do signo de Touro, não se prende muito aos signos. Torcedora do Flamengo e fã do tradicional “feijão da minha mãe”, ela também confessa as dificuldades de conciliar a vida profissional com a dança – especialmente agora que é casada –, mas sempre consegue dar certo no final. “Tenho vários sonhos para realizar, mas tudo no tempo de Deus. O futuro, a mim pertence somente o que Deus permitir”, conclui.
A história de Dayane Santiago é um exemplo de superação e paixão pelo carnaval, mostrando que, mesmo diante de desafios, a dedicação e o amor pelo pavilhão podem transformar a trajetória de uma porta-bandeira e inspirar futuras gerações.
