A Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), participa do seminário “Triburbanus: Arte de Rua”, que acontece neste domingo, 25/6, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, na avenida Silves, nº 2.222, no Distrito Industrial, zona Sul.
O evento é uma realização da Associação Amazônia de Produção, Organização e Incentivos Artísticos (Apoiar) em parceria com a Dabacuri Produções, sendo contemplado no edital Programa Manaus Faz Cultura, do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), contando com o apoio da prefeitura, por meio da Manauscult.
O Triburbanus acontecerá de 13h às 19h, com entrada gratuita, para reunir artistas, acadêmicos, curadores, gestores e urbanistas no debate da importância da arte de rua para a capital amazonense. Os participantes receberão certificado ao final do programa e haverá sorteio de brindes e de uma bolsa de estudos integral para o curso livre, on-line, da curadora e produtora cultural italiana, radicada em São Paulo, Giullia Lupo.
Para conversar com os artistas locais, por videoconferência, participam Giullia e o grafiteiro paulista Paulo Ito. Em pauta, além das discussões locais sobre políticas públicas para a área e normas de uso do espaço público, estão as discussões sobre o mercado de trabalho para esses artistas.
Representando o Implurb no seminário, a gerente de Patrimônio Histórico (GPH), arquiteta e urbanista Melissa Toledo será uma dos debatedores do painel “Afinal, o que é arte urbana e qual sua importância para a sociedade?”, às 13h30, ao lado de Richardson Adriano de Souza, doutorando em História Social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e ativista político do movimento Hip Hop, e do artista plástico Turenko Beça, diretor de Economia Criativa na Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC).
A arquiteta lembra que arte urbana, antes de tudo, é a expressão artística que sai dos lugares consagrados e convencionais, como salas de exposição, cinema, teatro, biblioteca e museus, e passa a se expandir para locais de visibilidade do dia a dia, chegando às ruas, à cidade propriamente dita.
“No evento, vamos fazer essa reflexão do papel do arquiteto e urbanista, integrando a arte urbana, tanto no segmento público quanto no privado. Pelo Implurb, será importante destacar aspectos pertinentes à arte de rua em edificações, que precisam de autorização do proprietário e também de licenciamento do órgão municipal, especialmente no centro histórico, que tem um apelo cultural muito grande”, comentou Melissa.
Engenhos publicitários e o programa “Nosso Centro” complementam a apresentação da arquiteta no seminário. “Vamos abordar as políticas urbanas em vigor e os processos administrativos, do que se pode fazer de incentivo à arte urbana. Dentro do ‘Nosso Centro’, por exemplo, a obra do mirante Lúcia Almeida foi projetada para ter espaços destinados à arte urbana, e isso é parte da política municipal de inserção de artistas locais”, adiantou a arquiteta.
Para o diretor de Planejamento Urbano do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, a importância de estar em seminários como esse é de poder dialogar com interessados e atores, de maneira democrática, sobre o espaço público.
“É importante frisar que temos diversos murais, viadutos, prédios e espaços públicos com arte urbana em Manaus. E isso demonstra uma valorização aos artistas, com uma tendência para aumentar o uso e o destaque na cidade. Também é importante que a arte urbana não só embeleze, mas tenha temática e acabe fazendo parte do contexto urbano. E tem a questão efêmera, da temporalidade de que a arte possa se renovar em um período de tempo, para poder ocupar os painéis na cidade com outros artistas. A ideia é ter a interação com o grupo, ouvir e dialogar sobre o tecido urbano”, comentou o arquiteto.
Cordeiro destacou ainda que o programa “Nosso Centro” busca a diversidade cultural e a valorização da arte urbana, para transformar o território em ambiente multicultural, levando qualidade de vida a uma área pública que está sendo criada para a população.
Arquiteta
Com uma carreira consolidada na ênfase no patrimônio cultural e histórico, Melissa Toledo assumiu a Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) do instituto este ano.
Ela é graduada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), atuou dentro da autarquia antes, com o Programa de Reestruturação do Centro de Manaus (Promanaus), criado por lei em 2009, e foi coordenadora técnica no Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan) Amazonas e do antigo PAC Cidades Históricas, na prefeitura.
Fotos – João Viana/ Semcom