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Mulher de líder do CV diz querer “sensibilizar” Lula sobre presídios

A presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, Luciane Farias, mulher de um líder do Comando Vermelho, fez um apelo ao presidente Lula (PT) para que sejam reforçadas as políticas de proteção a defensores de direitos humanos.

“Quero sensibilizar nosso presidente, que passou pelo sistema, e a Janja, que já visitou [unidades prisionais]. Talvez eles não tenham passado por tantas mazelas, porque o status é diferente. Queria que olhassem para gente, ativistas de direitos humanos, e criassem protocolos para nos proteger”, disse ela em entrevista ao Uol.

Nesta semana, Luciane e o governo federal foram alvo de críticas após a participação dela em eventos oficiais, em Brasília. Segundo a mulher, ela vem sofrendo ataques. De acordo com o Ministério a Justiça, secretários a recebam, mas ressaltou que a mulher integrava uma comitiva de advogados.

Organizações criminosas
Luciane é mulher de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas e apontado como um dos líderes do Comando Vermelho. O casal está junto há 22 anos, mas ela nega ter relação com organizações criminosas.

“Quando meu esposo foi preso, minha filha mais velha foi pressionada, colocaram arma na cabeça dela, era uma criança. Ela tentou suicídio aos 11 anos. Hoje tem 16 anos e toma medicações. A mais nova tem ansiedade e também começou a ir ao psicólogo”, afirmou ao portal.

“Queria que olhassem para mim como a esposa de uma pessoa que errou, mas não como uma criminosa”, completou.

De acordo com ela, o apelido “Dama do Tráfico” causou um “dano irreversível”. “Me sinto constrangida devido à alcunha que me imputaram nacionalmente”.

Luciane afirmou ainda que familiares de pessoas presas “não podem pagar pelo erro de quem está no sistema”. “Parece que voltamos à época da inquisição e estou sendo apedrejada no meio da rua, sem defesa”, diz ela.

Acusações contra líder do CV e sua mulher
O Ministério Público do Amazonas denunciou Luciane e Clemilson sob acusação de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa em 2 de agosto de 2018. Ele havia sido preso preventivamente em junho daquele ano, e ambos negam as acusações.

Em 2022, o casal foi absolvido em 1ª instância. A sentença foi modificada em outubro deste ano pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (2ª instância), que condenou os dois. A decisão judicial ocorreu depois da presença de Luciane em Brasília.

Ela foi condenada a 10 anos de prisão e Clemilson a 31 anos, 7 meses e 3 dias. A mulher tem o direito de recorrer em liberdade.

Eventos em Brasília
Nas redes sociais, Luciane compartilhou fotos das viagens a Brasília. A primeira foi em 14 de março em um evento na Câmara dos Deputados. Na imagem, compartilhada no dia 19 daquele mês, ela aparece com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz.

Segundo ela, durante a viagem, ela representou a entidade e não interesses pessoais. “Tenho um dossiê que levei às autoridades”, afirma.

“Sou cidadão, sou brasileira, estava na casa do povo. Tenho documento para comprovar que não sou condenada. Vou que andar com esses papeis embaixo dos braços”, disse ela na entrevista.

Influência na prisão
Ainda de acordo com Luciane, ela se encontrou com o marido na segunda-feira (13/11), mesma data em que foi noticiada a visita ao Ministério. Ela tema que a repercussão do caso impactem na pena do marido.

“A pessoa nunca sai do cárcere, agora vai virar [prisão] perpétua. Todas as documentações do meu marido são de bons comportamentos. Ele é uma pessoa religiosa, ora muito, se arrepende dos erros do passado”, finalizou.

*Metrópoles

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