Blitz Amazônico
Amazonas

Em Santa Isabel do Rio Negro, Defensoria atua para garantir documentação civil a comunidades yanomami

Projeto ’Raízes Legais‘ reuniu instituições para promover registros civis e garantir acesso à cidadania a indígenas em situação de vulnerabilidade  

A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) participou do projeto “Raízes Legais”, realizado na última semana, na comunidade Jutaí, localizada em Santa Isabel do Rio Negro (distante a 631 quilômetros de Manaus). A iniciativa foi organizada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) e reuniu diversas instituições, como o cartório local, o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e a Receita Federal, com o intuito de promover a regularização da documentação civil de moradores das comunidades indígenas yanomami da região. 

O defensor público Gabriel Coelho explicou que a Defensoria atuou principalmente na solicitação de registros tardios de nascimento, emissão de certidões atualizadas e retificações de documentos. Também foram prestados atendimentos em outras áreas, como pedidos de guarda e curatela. Ele destacou ainda o apoio fundamental da analista Darci Gama Firmo, que o acompanhou na ação e contribuiu diretamente nos atendimentos realizados.

“Considerando o objetivo do projeto, o papel da DPE-AM foi o de solicitar registros tardios, certidões de nascimento atualizadas e eventuais retificações, quando necessário. Também aproveitamos a presença no mutirão para atender outras demandas que precisam ser judicializadas”, disse.  

Ele ressaltou, também, a importância da presença da Defensoria Pública em territórios de difícil acesso. “Essas populações são vulnerabilizadas e têm difícil acesso a esses serviços. Assim, a presença da DPE-AM é fundamental, até para cumprir a missão institucional de garantir assistência jurídica integral e gratuita a todos”, afirmou o defensor.  

A ausência de documentação básica impacta diretamente o acesso a serviços e direitos fundamentais, como a matrícula regular no sistema educacional. “Infelizmente, o que mais chama atenção é a carência e o volume de brasileiros ainda sem acesso a aspectos básicos da cidadania, como um registro de nascimento”, destacou.  

A iniciativa foi bem recebida pela comunidade, que demonstrou grande interesse pelos atendimentos realizados. Para o defensor, o envolvimento dos moradores reforça a importância de projetos como este e evidencia a necessidade de que ações semelhantes continuem sendo promovidas em áreas de difícil acesso.  

“É fundamental levar a presença da Defensoria Pública até esses locais, porque só assim concretizamos a nossa missão institucional e contribuímos com a construção de um país verdadeiramente democrático e igualitário”, concluiu Gabriel Coelho.  

Texto: Aline Ferreira  

Foto: Divulgação/DPE-AM

Post Relacionado

DPE-AM apura possível comercialização ilegal de dados sensíveis de clientes por drogarias no Amazonas

victoria Farias

Defensoria realiza cerca de 300 atendimentos em ação itinerante na Zona Rural de Manacapuru

blitzamazonico

Idam oferece assistência técnica, capacitação e entrega de documentos aos meliponicultores de Silves

EDI FARIAS