Trabalho de recuperação da estrada de Novo Airão, que começou em setembro de 2024, aparentemente paralisado e o acesso à cidade segue difícil
A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) enviou, nesta segunda-feira (2), um ofício à Secretaria de Estado de Infraestrutura do Estado do Amazonas (Seinfra) solicitando informações a respeito do andamento das obras de recuperação da rodovia AM-352. A estrada liga Manacapuru a Novo Airão, na Região Metropolitana de Manaus, e começou a ser revitalizada em setembro de 2024, mas as obras aparentarem estar paralisadas.
A defensora pública Saelli Miranda, que atua na comarca de Novo Airão, explicou que o objetivo da DPE-AM, em um primeiro momento, é coletar informações da Secretaria para verificar como está o processo de recuperação da rodovia. Com apenas alguns quilômetros de asfalto novo, a população já conseguiu sentir benefícios na qualidade de vida.
No documento enviado à secretaria, a Defensoria argumenta que o acesso a Novo Airão e mais 39 ramais localizados ao longo da rodovia de 98,6 quilômetros de extensão dependem dessa única via terrestre. A maior parte da população que mora nos arredores tem como base a sobrevivência na criação de peixes e frangos, construção de barcos, produção de farinha, mandioca e depende desse acesso.
“Na maior parte dessas ramais, há agricultores, piscicultores em situação de vulnerabilidade, de hipossuficiência econômica e que dependem dessa rodovia para escoar a produção”, disse Saelli.
Novo Airão vem sendo reconhecido como um dos municípios do Amazonas com maior potencial turístico e recebe visitantes do Brasil e do mundo com frequência. O principal atrativo é a Estação Ecológica de Anavilhanas, que costuma atrair um público com alto poder aquisitivo para passeios exclusivos, o que fomenta a economia do município.
Em setembro do ano passado, uma obra de recuperação foi anunciada com um orçamento de R$ 218,94 milhões e chegou a beneficiários de ofertas de produções rurais que sentiram uma melhoria nos negócios e no turismo local.
“As obras foram iniciadas. Parte das obras foram feitas, mas aparentemente estão paralisadas. Nesse sentido, foram solicitadas da secretaria informações sobre o estado de execução do trabalho de recuperação e o cronograma atualizado das próximas etapas”, ressaltou a defensora.
A DPE-AM pediu que uma resposta fosse feita em até cinco dias a partir da coleta do ofício.
Foto: Divulgação/Seinfra