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Saúde

Teste da orelhinha em bebê indígena marca primeiro acesso a exame auditivo

Aos 29 dias de vida, a bebê da etnia Baré Kerolin dos Santos Rafael, de São Gabriel da Cachoeira, passou pelo seu primeiro exame para verificar a audição. O teste da orelhinha ou exame de emissão otoacústica é fundamental para avaliar a saúde auditiva do recém-nascido e detectar possíveis problemas congênitos, um serviço que não estava disponível no município com a maior população indígena do país, situado na região do Alto Rio Negro, no Noroeste do Amazonas.
 

Realizado na Unidade Básica de Saúde Franklin Quirino, o exame fez parte da triagem auditiva neonatal e foi executado pelo fonoaudiólogo local. O atendimento foi possível graças ao trabalho de médicos da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) que, em outubro, realizaram a doação de um sistema completo para detecção de problemas auditivos à Secretaria Municipal de Saúde.
 

O presidente da ABORL-CCF, Renato Roithmann, explica que a atuação fez parte da SuperAção na Amazônia, uma iniciativa que integra o projeto “Meu Otorrino é 10, ele trabalha pelas causas sociais”, idealizado pela ABORL-CCF e executado em parceria com a Representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A edição do Amazonas contou com apoio da Associação Expedicionários da Saúde (EDS) e Santa Casa de São Paulo.
 

“Muito feliz em ver o vídeo da paciente número 1. A missão inicial da nossa entidade foi cumprida, um trabalho que envolveu várias etapas e pessoas fundamentais. A primeira foi marcada pela entrega dos equipamentos e a capacitação de professores do ensino fundamental e médicos da atenção primária de São Gabriel da Cachoeira. A segunda abrangeu o aperfeiçoamento do fonoaudiólogo local, que ficou três semanas na Santa Casa de São Paulo e vai realizar monitoramento mensal por videoconferência. E a terceira é a que estamos iniciando, realizando os exames na cidade,” explicou.
 

Idealizada para ajudar na prevenção e no tratamento de problemas de audição em crianças, adultos e idosos da comunidade indígena do Amazonas, que, em muitos casos, convive com a dificuldade de acesso a serviços médicos, a ação da ABORL-CCF ainda proporcionou a doação de equipamentos de otoemissão acústica – que detecta déficit auditivo em recém-nascidos, entre outras finalidades -, de audiometria e imitanciometria, além de uma cabine especial acústica para a realização segura das avaliações.

Entre os exames que serão oferecidos está a audiometria, que analisa a capacidade de audição e decifragem dos sons, detectando possíveis deficiências ou distúrbios. O exame preventivo é indicado para triagem auditiva em berçários, crianças em fase de pré-alfabetização e em várias situações de risco para a audição, como ambientes de trabalho ruidosos e para pacientes em uso de medicamentos com potencial tóxico sobre o ouvido, órgãos ou nervos responsáveis pela audição.
 

Todo o trabalho auxilia a obter diagnósticos que impactam na qualidade de vida, a exemplo da deficiência auditiva, que se não for identificada e tratada, pode impactar negativamente nas relações sociais e familiares.
 

“Um de nossos pressupostos como Associação é desenvolver ações que promovam a melhoria da saúde da população. Fazemos isso muito bem com campanhas de orientação e atendimento em nossos consultórios e universidades. Este ano demos um passo a mais com vários projetos sociais e, entre eles, a SuperAção na Amazônia. Além da importância social e da ajuda que pode levar as pessoas, isto traz outro foco para a ABORL-CCF, muito importante em um país como o nosso, especialmente nos tempos em que vivemos “, finaliza Roithmann.

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